China: BCs de vários países analisam medidas para frear o impacto do coronavírus (Billy H.C. Kwok/Bloomberg/Getty Images)
Estadão Conteúdo
Publicado em 4 de março de 2020 às 10h25.
O Banco do Povo da China (PBoC, o banco central chinês) disse que vai manter o combate aos efeitos econômicos do coronavírus com as medidas atuais, que incluem uma iniciativa para encorajar o setor bancário a oferecer crédito mais barato a empresas que enfrentem dificuldades em função da epidemia.
Em teleconferência com reguladores bancários e autoridades do Ministério de Finanças, representantes do PBoC reiteraram que não vão prover estímulos de curto prazo por meio do setor imobiliário, apesar do impacto do coronavírus na economia, segundo comunicado divulgado pelo BC chinês nesta quarta-feira.
O presidente do PBoC, Yi Gang, participou da teleconferência, que foi conduzida ontem por Pan Gongsheng, um dos vices da instituição.
"Devemos garantir a continuidade, consistência e estabilidade das políticas financeiras do setor imobiliário", diz o comunicado.
O comunicado do PBoC veio um dia depois de o Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA) cortar seus juros básicos em 0,50 porcentual numa decisão extraordinária que não ocorria desde a crise financeira mundial de 2008. Investidores agora preveem que o Fed voltará a reduzir juros na reunião regular deste mês, nos dias 17 e 18.
Segundo a BOCI Securities, o PBoC não vai necessariamente seguir o Fed no sentido de reduzir juros. Utilizando o mecanismo conhecido como fator "anticíclico" ao determinar a taxa diária de câmbio que protege a moeda chinesa - o yuan -, o PBoC não precisa se preocupar muito com os spreads entre as taxas de juros da China e dos EUA, diz a corretora.
Nas últimas semanas, o governo chinês reduziu impostos para pequenas empresas e orientou bancos a liberar mais empréstimos baratos e a alongar prazos para o pagamento de dívidas. O PBoC, por sua vez, reduziu juros e injetou o equivalente a bilhões de dólares no sistema financeiro.