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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h55.
Até o segundo semestre de 2004, a Santana Sementes, uma empresa de beneficiamento de fibra de algodão, sediada em Natal, deverá ter à disposição mais alguns milhares de toneladas da matéria-prima para vender. O produto virá de 60 000 hectares na Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará, que começarão a ser cultivados em janeiro. A demanda está garantida: atualmente, as empresas têxteis instaladas na região, incluindo as subsidiárias de Coteminas e Vicunha, são obrigadas a comprar a fibra em outros estados ou importá-la. A Santana Sementes, assim, está entrando num negócio com ótimo potencial. Com um detalhe da maior importância: ao mesmo tempo, a empresa participa do Programa Fome Zero, garantindo renda a mais de 10 000 agricultores de pequeno porte.
Iniciativas que vão além de doações e, como no caso da Santana Sementes, cria empregos, parece ser uma nova tendência dentro do Fome Zero - e o caminho que o Banco do Brasil escolheu para aderir ao programa do governo. Grande parte da contribuição que o programa recebe do setor privado ainda chega na forma de doações. A doação tem um papel importante, mas é crescente o número de projetos de geração de renda e emprego, que são realmente transformadores , diz Carlos Netto, coordenador das ações relacionadas ao Fome Zero no Banco do Brasil.
O BB resolveu entrar em 30 desses projetos. O banco tem atuado como coordenador de vários deles e participa fornecendo pequenos créditos facilitados. No projeto do algodão, na Paraíba, serão mais de 10 000 pequenos empréstimos. A meta é que, em 2007, o setor esteja novamente de pé e os agricultores não precisem mais de ajuda.
Ao verificar a lista de projetos, é possível identificar áreas que se encaixam à perfeição na filosofia e nos negócios de diversas companhias. A Natura, por exemplo, ajudará comunidades indígenas em Minas Gerais a recuperar seu estilo de vida e independência econômica. A Petrobras investirá no cultivo de mamona em diversos estados nordestinos, do Sergipe ao Piauí. A planta deverá gerar, até o fim de 2004, 70 000 toneladas de óleo, um promissor biocombustível.