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Barbosa: parte da inflação deve-se ao fim do IPI menor

Brasília - O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, que está ocupando interinamente o cargo de ministro da Fazenda, afirmou hoje que parte do aumento da inflação verificado no primeiro quadrimestre de 2010 se deve ao aumento da alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como dos produtos da linha branca […]

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Da Redação

Publicado em 10 de outubro de 2010 às 03h44.

Brasília - O secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Nelson Barbosa, que está ocupando interinamente o cargo de ministro da Fazenda, afirmou hoje que parte do aumento da inflação verificado no primeiro quadrimestre de 2010 se deve ao aumento da alíquota de Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI), como dos produtos da linha branca e de automóveis. Segundo ele, a retirada desses estímulos, concedidos no passado para combater os efeitos da crise financeira internacional, resultou em aumento de preços.

Ele destacou que, embora tenha havido uma aceleração do Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) no primeiro trimestre, vários itens que compõem o indicador, como habitação, tiveram inflação menor que no ano passado. O secretário disse que, apesar desse aumento da inflação não ser provocado por choques relacionados à demanda, o governo teve de adotar medidas para garantir o cumprimento da meta de inflação. Ele citou como exemplo o aumento dos depósitos compulsórios pelo Banco Central para conter o excesso de liquidez no mercado e o início do aumento das taxas de juros.

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Barbosa lembrou que, antes da crise, a taxa de juros real no Brasil era de 9,2%, caiu para 4,8% no auge da crise e agora está em 6,2%. Ele disse que a taxa não voltará a atingir o nível pré-crise. Para ele, os juros reais vão variar entre 5% e 10% com tendência de queda. "O Brasil pode caminhar para uma taxa de juros real inferior a 5% até 2014", disse o secretário, que fez uma apresentação do quadro macroeconômico do Brasil durante a divulgação do 10º Balanço do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Ele destacou que os indicadores divulgados ontem sobre a inflação já mostraram uma queda de preços nos alimentos, mas uma aceleração nos preços do atacado por causa do aumento do preço do minério de ferro. O secretário disse que, embora as estimativas do mercado para o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) anualizado no primeiro semestre seja entre 7% e 12%, a expectativa do governo é que fique entre 7,5% e 8,5%, desacelerando nos próximos meses. Segundo ele, a expectativa do governo é que a economia brasileira esteja crescendo no final do ano entre 4,5% e 5,5%, que é um ritmo sustentado que não coloca em risco o controle da inflação e das contas fiscais.

Ele disse que o governo ainda estima um crescimento do PIB em 2010 de 5,5%, embora o mercado projete uma expansão da economia de 6,5%. Barbosa afirmou que o crescimento este ano continuará sendo sustentado pelo mercado doméstico. Ele também disse que o PAC, o Programa "Minha Casa, Minha Vida" e o Programa de Sustentabilidade do Investimento (PSI) serão importantes para promover o aumento da taxa de investimento. Segundo ele, essa taxa deve superar a taxa de poupança este ano, o que deve levar a um aumento do déficit em conta corrente, que deverá ser de 2,52% do PIB este ano.

Barbosa disse que esse déficit é financiável pela entrada de fluxo de capitais e não impede a continuidade do acúmulo de reservas. Por fim, o secretário destacou que, apesar do aumento das contratações e dos reajustes de salários do funcionalismo público, o governo continua gastando 4,8% do PIB com pessoal, o que é o mesmo patamar de 2002. Segundo ele, nesse período, o que cresceu foi a transferência de renda, que passou de 6,4% do PIB para 9,1% do PIB. "Todo aumento da arrecadação foi devolvido à sociedade em forma de transferência de renda", destacou.

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