Economia

Bancos tentam calcular possibilidades de saída da Grécia

Economistas de vários bancos estão ora convertendo a saída da Grécia do Euro no seu cenário básico, ora observando formas de que o país continue no bloco


	Manifestante carrega bandeiras da Grécia e da União Europeia
 (Yannis Behrakis/Reuters)

Manifestante carrega bandeiras da Grécia e da União Europeia (Yannis Behrakis/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 6 de julho de 2015 às 16h51.

Economistas de vários bancos, do JPMorgan Chase Co. ao Barclays Plc, converteram uma saída da Grécia da união monetária europeia no seu cenário básico, ao passo que aqueles do Goldman Sachs Group Inc. e do Citigroup Inc. observaram formas de que o país continue integrando o bloco.

Os investidores estão reexaminando as possibilidades de que a Grécia continue sendo país-membro da zona do euro depois que os eleitores utilizaram o referendo do domingo para rejeitar a austeridade necessária para conseguir ajuda internacional.

Mesmo assim, as previsões da chamada “Grexit” (saída da Grécia) após cinco anos de crise não resultaram em nada por enquanto, já que as autoridades europeias têm agido regularmente para manter a integridade do bloco.

“Apesar de a situação ser indefinida, neste ponto parece mais provável que a Grécia abandone o euro do que o contrário”, disse Malcolm Barr, economista do JPMorgan em Londres, em um relatório para clientes escrito no domingo, acrescentando que isto poderia se dar “sob circunstâncias caóticas”.

Como os bancos gregos estão ficando sem euros depois de serem fechados nos preparativos para o plebiscito e com a instauração de controles de capitais, o governo do primeiro-ministro Alexis Tsipras conta apenas com “umas poucas semanas” para negociar um novo acordo de ajuda, disse Barr.

“Agora uma saída é o cenário mais provável”, disseram analistas do Barclays em outro relatório. “Será extremamente difícil para os líderes da zona do euro chegarem a um acordo sobre um programa com o atual governo grego, considerando que os gregos rejeitaram a última oferta, e será difícil que tenham apoio em seus países”.

O Morgan Stanley disse que seus analistas agora calculam uma chance de 75 por cento de a Grécia abandonar o euro, frente a 60 por cento uma semana atrás.

O BNP Paribas SA disse que a probabilidade subiu de 20 por cento para 70 por cento. O Société Génerale SA estimou a chance em 65 por cento.

Controles de capitais

O Goldman Sachs reiterou que ainda antecipa que a zona do euro continue tendo 19 países-membros apesar da votação.

Embora o risco de uma Grexit tenha aumentado, “poderia demorar meses ou até mesmo anos para acontecer” e é mais provável uma situação na qual o país e seus credores estejam no limbo, disseram analistas do Citigroup, que cunhou o termo “Grexit” em 2012.

A Teneo Intelligence, uma consultoria com sede em Londres, estimou a probabilidade de a Grécia abandonar o euro em 75 por cento depois da votação, e a Evercore ISI em Washington a calculou em cerca de 67 por cento nos próximos seis a doze meses.

A Oxford Economics Ltd. aumentou a probabilidade de 67 por cento para 85 por cento, e a BMO Capital Markets disse que uma saída é seu cenário básico.

O economista-chefe do Berenberg Bank, Holger Schmiedling, disse que o país ainda não está exatamente em “piloto automático” rumo a uma saída, mas o resultado do referendo “dificulta muito mais ainda evitar esse destino”.

Acompanhe tudo sobre:BancosCâmbioCrise gregaEuroEuropaFinançasGréciaMoedasPiigsZona do Euro

Mais de Economia

Governo avalia mudança na regra de reajuste do salário mínimo em pacote de revisão de gastos

Haddad diz estar pronto para anunciar medidas de corte de gastos e decisão depende de Lula

Pagamento do 13º salário deve injetar R$ 321,4 bi na economia do país este ano, estima Dieese

Haddad se reúne hoje com Lira para discutir pacote de corte de gastos