Exame Logo

Bancos brigam com firmas de private equity por aquisições

Os maiores bancos do mundo partiram para a briga com firmas de private equity que tentam financiar grandes aquisições

Notas de dólar: os bancos se retraíram e instituições de financiamento direto ocuparam o espaço (Mark Wilson/AFP)
DR

Da Redação

Publicado em 11 de maio de 2016 às 22h00.

Os maiores bancos do mundo partiram para a briga com firmas de private equity que tentam financiar grandes aquisições.

A Leonard Green & Partners é uma das firmas que alista instituições não bancárias para financiar acordos. A empresa se aproximou de um grupo de fundos que inclui a Crescent Capital Group, de Los Angeles, para bancar a compra da provedora de exames médicos ExamWorks Group Inc. por US$ 2,2 bilhões, segundo pessoas com conhecimento da situação.

Bank of America, Barclays e Deutsche Bank forneceram parte dos recursos e estavam dispostos a subscrever US$ 340 milhões em dívidas subordinadas necessárias para o acordo sair, disseram as fontes. Mas a Crescent Capital ofereceu algo que os bancos não podiam dar: tranquilidade.

Em meio à derrapada dos mercados de dívida no ano passado, os bancos se retraíram e instituições de financiamento direto ocuparam o espaço. Agora que os mercados voltaram à forma, algumas empresas de aquisição preferem financiamento direto, apesar de condições frequentemente mais caras, em vez de retornar aos braços dos bancos.

O motivo é a opção de pré-definir os custos de captação mesmo se os mercados azedarem — proteção que os bancos raramente oferecem. Assim, fundos que compram dívida privada, como a Crescent Capital, levantaram US$ 85 bilhões no ano passado, a maior quantia desde 2008, segundo pesquisa da Preqin Ltd.

Todos acordados

“Nos últimos nove meses, alguns preços horríveis de transações fizeram todo mundo acordar”, disse Rajay Bagaria, gestor de recursos da Wasserstein & Co. em Nova York e autor de um guia para o mercado de títulos de alto rendimento. “Isso deu uma oportunidade a provedores de dívida privada.”

Geralmente os bancos pedem taxas menores para liberar empréstimos do que grupos de investidores. Como frequentemente os bancos distribuem pedaços da dívida entre outros investidores, uma das exigências envolve provisões para aumento da taxa se o mercado se deteriorar. Dívida colocada de forma privada não requer essas provisões porque o financiamento não é sindicalizado.

Quando a Apollo Global Management acertou a compra da empresa de segurança residencial ADT Corp. em fevereiro por US$ 12,3 bilhões, recorreu ao braço de financiamentos de um dos maiores fundos de pensão Canadá, o Comitê de Investimento Previdenciário do Setor Público, e suas afiliadas, de acordo com pessoas a par da situação.

Em dezembro, um fundo ligado ao Goldman Sachs Group – e não diretamente ao banco de investimento sediado em Nova York – concordou em comprar US$ 750 milhões em títulos subordinados para ajudar a financiar a compra da Petco Animal Supplies, disse na ocasião uma pessoa com conhecimento do esquema de financiamento.

A KKR & Co. buscou financiamento direto para comprar a Mills Fleet Farm, em transação anunciada em janeiro, porque os bancos não ofereciam termos “razoáveis” em um pacote de dívida de US$ 815 milhões, disse Scott Nuttall, responsável por gestão de ativos e capitais globais na KKR.

“Basicamente, fizemos sozinhos”, sem intermediação de bancos, afirmou Nuttall em fevereiro.

Veja também

Os maiores bancos do mundo partiram para a briga com firmas de private equity que tentam financiar grandes aquisições.

A Leonard Green & Partners é uma das firmas que alista instituições não bancárias para financiar acordos. A empresa se aproximou de um grupo de fundos que inclui a Crescent Capital Group, de Los Angeles, para bancar a compra da provedora de exames médicos ExamWorks Group Inc. por US$ 2,2 bilhões, segundo pessoas com conhecimento da situação.

Bank of America, Barclays e Deutsche Bank forneceram parte dos recursos e estavam dispostos a subscrever US$ 340 milhões em dívidas subordinadas necessárias para o acordo sair, disseram as fontes. Mas a Crescent Capital ofereceu algo que os bancos não podiam dar: tranquilidade.

Em meio à derrapada dos mercados de dívida no ano passado, os bancos se retraíram e instituições de financiamento direto ocuparam o espaço. Agora que os mercados voltaram à forma, algumas empresas de aquisição preferem financiamento direto, apesar de condições frequentemente mais caras, em vez de retornar aos braços dos bancos.

O motivo é a opção de pré-definir os custos de captação mesmo se os mercados azedarem — proteção que os bancos raramente oferecem. Assim, fundos que compram dívida privada, como a Crescent Capital, levantaram US$ 85 bilhões no ano passado, a maior quantia desde 2008, segundo pesquisa da Preqin Ltd.

Todos acordados

“Nos últimos nove meses, alguns preços horríveis de transações fizeram todo mundo acordar”, disse Rajay Bagaria, gestor de recursos da Wasserstein & Co. em Nova York e autor de um guia para o mercado de títulos de alto rendimento. “Isso deu uma oportunidade a provedores de dívida privada.”

Geralmente os bancos pedem taxas menores para liberar empréstimos do que grupos de investidores. Como frequentemente os bancos distribuem pedaços da dívida entre outros investidores, uma das exigências envolve provisões para aumento da taxa se o mercado se deteriorar. Dívida colocada de forma privada não requer essas provisões porque o financiamento não é sindicalizado.

Quando a Apollo Global Management acertou a compra da empresa de segurança residencial ADT Corp. em fevereiro por US$ 12,3 bilhões, recorreu ao braço de financiamentos de um dos maiores fundos de pensão Canadá, o Comitê de Investimento Previdenciário do Setor Público, e suas afiliadas, de acordo com pessoas a par da situação.

Em dezembro, um fundo ligado ao Goldman Sachs Group – e não diretamente ao banco de investimento sediado em Nova York – concordou em comprar US$ 750 milhões em títulos subordinados para ajudar a financiar a compra da Petco Animal Supplies, disse na ocasião uma pessoa com conhecimento do esquema de financiamento.

A KKR & Co. buscou financiamento direto para comprar a Mills Fleet Farm, em transação anunciada em janeiro, porque os bancos não ofereciam termos “razoáveis” em um pacote de dívida de US$ 815 milhões, disse Scott Nuttall, responsável por gestão de ativos e capitais globais na KKR.

“Basicamente, fizemos sozinhos”, sem intermediação de bancos, afirmou Nuttall em fevereiro.

Acompanhe tudo sobre:BancosFinançasFusões e AquisiçõesPrivate equity

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame