Economia da Ucrânia deve ser reduzida quase à metade por causa da guerra
Em relatório sobre a Europa e a Ásia Central publicado neste domingo, o Banco Mundial ressalva que a magnitude da contração ucraniana pode ser distinta, a depender da intensidade e da duração da guerra
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de abril de 2022 às 20h19.
Última atualização em 11 de abril de 2022 às 10h58.
O Banco Mundial projeta que a economia da Rússia sofra contração de 11,2% em 2022 e a da Ucrânia encolha 45,1%.
Em relatório sobre a Europa e a Ásia Central publicado neste domingo, a entidade ressalva que a magnitude da contração ucraniana pode ser distinta, a depender da intensidade e da duração da guerra.
O Banco Mundial destaca as "sanções sem precedentes" que pesam sobre a economia russa. Ele nota que a guerra e as sanções afetam economias pelo mundo, com os países emergentes na Europa e na Ásia Central como os mais prejudicados.
Em toda a região da Europa e Ásia Central, a instituição projeta contração de 4,1%, quando antes da guerra calculava crescimento de 3,0%.
Para o Banco Mundial, a Ucrânia precisa de "apoio financeiro massivo" para lidar com o quadro atual. A guerra ainda se soma a preocupações crescentes com a desaceleração econômica global, o avanço da inflação e do endividamento, bem como um salto nos níveis de pobreza, segundo a instituição.
Além dos dois países citados, Belarus, Quirguistão, Moldávia e Tajiquistão devem sofrer recessão neste ano. O Banco Mundial lembra que Rússia e Ucrânia representam cerca de 40% das importações de trigo na região, parcela que sobe a 75% ou mais na Ásia Central e no sul do Cáucaso. A Rússia é ainda uma grande receptora de exportações para muitos países.
O Banco Mundial cita ainda, em comunicado, medidas de apoio aos ucranianos, como um pacote de emergência de US$ 925 milhões já aprovado.
O montante é parte de um pacote de US$ 3 bilhões no total, que o Banco Mundial diz preparar para a Ucrânia nos próximos meses, dizendo ainda que busca meios de ajudar os refugiados do conflito. "A invasão já causou a maior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra", destaca.