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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h23.
A balança comercial brasileira começa a sentir os efeitos da queda da cotação internacional da soja. As exportações do complexo da soja (grãos, farelo e óleo bruto) fecharam o mês de outubro com uma receita de 570 milhões de dólares, 36% menor que a de igual período do ano passado, segundo a Secretaria de Produção e Comercialização (SPC) do Ministério da Agricultura. A queda do preço, somada a problemas internos, reduzirá a margem de lucro da soja, em 2005, para um quinto da obtida em 2004, conforme reportagem de EXAME.
Segundo a SPC, a cotação mundial da soja é pressionada pela expectativa de safras recordes nos Estados Unidos e na América do Sul. Por isso, a balança comercial, no quarto trimestre, já deverá refletir a redução da receita das exportações e da margem de lucro do setor. Para a Tendências Consultoria, a soja é o caso mais nítido do processo de desvalorização da maioria das commodities agrícolas exportadas pelo país. Segundo a consultoria, os preços menores no mercado mundial desestimulam os produtores brasileiros a vender no exterior, reforçando a redução da receita de exportações, já depreciada pela cotação em baixa.
Carne em alta
Apesar do recuo nas divisas geradas pela soja, a balança comercial do agronegócio fechou outubro com um saldo positivo de 2,777 bilhões de dólares, cifra 2,1% maior que a de outubro de 2003. Entre janeiro e outubro, o superávit comercial é de 29,030 bilhões de dólares.
Segundo o ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Luiz Fernando Furlan, o ritmo do comércio exterior fará com que o Brasil atinja a meta de 100 bilhões de dólares em exportações, propostas pelo governo Lula, com um ano de antecedência. Grande parte desse sucesso devesse ao agronegócio pois, segundo a SPC, o agronegócio representa 41,8% das exportações globais do Brasil.
Os setores do agronegócio que mais elevaram as exportações em outubro foram o complexo da carne (30% sobre igual mês do ano passado), café (44%) e madeira (38,7%). Segundo a SPC, as vendas de carnes brasileiras foram favorecidas por problemas sanitários em outros grandes produtores e exportadores mundiais.
Já a Tendências destaca o crescimento das importações no setor de agronegócio em outubro. As compras de papel cresceram 41,9% sobre o mesmo mês do ano passado; as de peixes e crustáceos, 51,9%; e a de adubos e fertilizantes, 54%.