Economia

Balança comercial tem pior julho em 5 anos, com superávit de US$2,293 bi

De acordo com o Ministério da Economia, o resultado é o pior para o mês desde 2014

Balança comercial: saldo foi 40,8% menor do que o registrado em julho do ano passado (Joe Raedle/Getty Images)

Balança comercial: saldo foi 40,8% menor do que o registrado em julho do ano passado (Joe Raedle/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 1 de agosto de 2019 às 15h42.

Última atualização em 1 de agosto de 2019 às 16h16.

Brasília - A balança comercial brasileira registrou superávit de US$ 2,293 bilhões em julho, de acordo com os dados divulgados pelo Ministério da Economia. Esse foi o menor saldo para o mês desde 2014.

O resultado também ficou abaixo do intervalo das estimativas coletadas em pesquisa do Projeções Broadcast, que iam de superávit de US$ 2,8 bilhões a US$ 5,7 bilhões. A mediana das 24 projeções era positiva em US$ 3,408 bilhões.

O saldo foi 40,8% menor do que o registrado em julho do ano passado, quando a balança comercial teve saldo positivo de US$ 3 874 bilhões. Na quarta semana de julho (22 a 28), o saldo comercial foi de um superávit de US$ 222 milhões. Na quinta semana do mês (29 a 31), o saldo foi negativo em US$ 5 milhões.

No mês passado, as exportações somaram US$ 20,054 bilhões, uma queda de 14,8% ante julho de 2018, considerando a média diária de embarques. Já as importações chegaram a US$ 17,761 bilhões, uma baixa de 8,9% na mesma comparação.

Na comparação com julho do ano passado, houve redução nas vendas de produtos básicos (-16,7%), manufaturados (-12,3%) e semimanufaturados (-4,6%).

No mês, houve diminuição de 61,2% nas vendas de petróleo em bruto e de 34,6% da soja em grão, dois importantes produtos da pauta comercial brasileira.

"Esses dois produtos apresentaram queda tanto de volume quanto de preço no mês", disse Brandão.

Ele apontou que o apetite por petróleo é afetado pela desaceleração da economia mundial, com reflexo nas cotações internacionais do produto.

Já as vendas de soja têm sido impactadas pelos problemas sanitários da China, pontuou Brandão. A soja comprada do Brasil é utilizada principalmente na alimentação de porcos, mas a produção suína no gigante asiático sofreu forte redução em função do surto de peste suína africana no país.

Pelo lado das importações, houve alta em combustíveis e lubrificantes (+22,0%), bens intermediários (+4,9%) e bens de consumo (+1,0%). Já as compras de bens de capital recuaram 53,0% na comparação com o mesmo mês de 2018.

No acumulado do ano até julho, a balança comercial registra um superávit de US$ 28,369 bilhões, decorrente de US$ 129,896 bilhões em exportações e US$ 101,527 bilhões em importações. No mesmo período de 2018, o superávit comercial brasileiro havia sido US$ 33,891 bilhões.

"(Há) menor demanda externa por conta da desaceleração da economia mundial e menor demanda interna por conta de desempenho aquém do esperado para a economia nacional", avaliou o subsecretário de Inteligência e Estatísticas de Comércio Exterior, Herlon Brandão.

Depois de iniciar 2019 prevendo uma alta de 2,5% para o Produto Interno Bruto (PIB) neste ano, o governo foi revisando sua perspectiva para baixo, até cortá-la a 0,81% no último mês.

Para o resultado consolidado da balança no ano, a expectativa de analistas ouvidos pelo Banco Central na mais recente pesquisa Focus é de um saldo positivo de 52 bilhões de dólares nas trocas comerciais, contra um superávit de 58 bilhões de dólares de 2018.

No mês passado, o Ministério da Economia ajustou suas estimativas e passou a prever um superávit comercial de 56,7 bilhões de dólares para este ano.

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