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Autonomia formal do BC não está na agenda do governo, diz fonte

A fonte argumentou ainda que, na prática, o BC já tem autonomia técnica para tomar suas decisões e, por isso, a formalização não é uma prioridade agora

Banco Central: "Também não estão em discussão mandatos para presidente e diretores do BC", afirmou a fonte (Adriano Machado/Reuters)
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Reuters

Publicado em 31 de janeiro de 2017 às 16h20.

Brasília - O governo não vai encaminhar neste ano ao Congresso Nacional proposta para que o Banco Central tenha autonomia técnica e formal, afirmou nesta terça-feira uma fonte do primeiro escalão da equipe econômica, argumentando que a agenda legislativa está "pesada".

"Também não estão em discussão mandatos para presidente e diretores do BC", afirmou a fonte, que pediu sigilo.

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Em meados de maio passado, quando o então presidente interino Michel Temer assumiu o comando do país após o afastamento da ex-presidente Dilma Rousseff, Ilan Goldfajn foi anunciado como futuro comandante do BC e, à época, se afirmou que o governo enviaria a proposta ao Legislativo para dar autonomia técnica decisória.

"A agenda legislativa (agora) está muito pesada", afirmou a fonte, lembrando que na pauta do Congresso Nacional estão a reforma da Previdência e, na fila para ser enviada, a reforma trabalhista.

A fonte argumentou ainda que, na prática, o BC já tem autonomia técnica para tomar suas decisões e, por isso, a formalização não é uma prioridade agora.

Dentro do BC, no entanto, a avaliação é de que a autonomia ter o aval do Congresso ajudaria a melhorar ainda mais a percepção de risco do país, ajudando na condução das suas políticas.

Meta de inflação

A fonte afirmou ainda ser muito prematuro falar em reduzir a meta de inflação, como vêm defendendo alguns agentes econômicos.

O objetivo de 2017 e 2018 é de 4,5 por cento pelo IPCA, com margem de 1,5 ponto percentual e, em meados deste ano, o Conselho Monetário Nacional (CMN) define a meta de 2019 e pode alterar as destes outros anos.

Segundo a fonte, antes disso é preciso que as expectativas de inflação estejam bem ancoradas sem a necessidade de uma política monetária mais restritiva.

"É uma decisão difícil e estamos muito longe", afirmou a fonte.

O BC iniciou novo ciclo de afrouxamento monetário em outubro passado, reduzindo em 0,25 ponto percentual a taxa básica de juros, movimento que repetiu em novembro.

Neste mês, acelerou o passo e cortou em 0,75 ponto a Selic, levando-a ao patamar de 13 por cento ao ano.

Segundo a pesquisa Focus do BC, que ouve uma centena de economistas toda a semana, as perspectivas são de que a alta do IPCA fique em 4,70 por cento neste ano e de 4,5 por cento em 2018, depois de ter subido mais de 6 por cento em 2016.

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