Autonomia do BC dá 50% mais chances de inflação ser baixa, diz Campos Neto
Presidente do BC disse que há consenso entre especialistas sobre o tema. Nesta terça, a CAE do Senado aprovou emendas ao projeto de autonomia da instituição
Reuters
Publicado em 18 de fevereiro de 2020 às 13h49.
Última atualização em 18 de fevereiro de 2020 às 16h00.
São Paulo — O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto , citou em apresentação a parlamentares nesta terça-feira dado que aponta que a autonomia de bancos centrais aumenta em 50% as chances de um país ter inflação baixa, sem prejuízo à atividade econômica.
Segundo Campos Neto, há consenso entre pesquisadores sobre o tema. O presidente do BC participa de almoço com a Frente Parlamentar da Agropecuária para tratar da agenda legislativa do Banco Central e sua apresentação foi divulgada pela assessoria da autarquia.
No encontro, Campos Neto também falou sobre a reforma da lei complementar 130, para fomento ao crédito cooperativo por meio do chamado empréstimo sindicalizado, além de aprimoramento da organização sistêmica e aumento da eficiência do segmento e melhoria de gestão e governança.
Segundo apresentação do presidente do BC , a meta para 2022 é que as cooperativas respondam por 20% do crédito, ante percentual de 9% em outubro de 2019.
No documento, Campos Neto expôs que, enquanto bancos tradicionais sofreram com a crise financeira de 2008 e com a recessão no país em 2015 e 2016, com o BC tendo que reestruturar 20% das instituições financeiras, as intervenções no cooperativismo representaram menos de 0,5% do segmento.
Na avaliação do BC, as cooperativas apresentaram crescimento expressivo e sustentável e, olhando adiante, contam com "grande potencial de crescimento na própria base".
Nesta terça-feira, a Comissão de Assuntos Econômicos do Senado aprovou emendas ao projeto que dá autonomia da instituição e garante mandato ao seu presidente. A aprovação da lei pelo Congresso é um dos objetivos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia.