Economia

Aumento do desemprego em agosto pressiona política monetária

Elevação da taxa, que estava em 11,2% em julho e foi para 11,4% em agosto, dá fôlego às críticas contra a elevação da Selic pelo Copom. Mas queda de renda de 1,4% de um mês para o outro ajuda a pôr freio na inflação

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h11.

O crescimento de 0,2 ponto percentual na taxa de desemprego em agosto foi inesperado e pode gerar uma pressão política maior sobre o Comitê de Política Monetária (Copom). Por outro lado, a queda de renda, também verificada em agosto, ajuda a conter a inflação. As ponderações estão em relatório da consultoria GlobalStation sobre a pesquisa mensal de emprego do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgada nesta quinta-feira (23/9).

Para o IBGE, a taxa de desocupação em agosto, de 11,4%, não teve variação estatisticamente significativa em relação a julho. Pela análise da consultoria, porém, a lógica levaria à queda da taxa para o nível de dezembro do ano passado, de 10,9%, tanto por causa da demanda sazonal por empregos temporários com as vendas de Natal, quanto pela recuperação geral da economia. Mas o que se verificou foi que, depois de três meses de recuos seguidos, o contingente de desocupados nas seis regiões metropolitanas pesquisadas aumentou para 2,458 milhões de pessoas, quando em julho era de 2,410 milhões.

Outro movimento destacado pelo IBGE foi a queda da renda, de 1,4% em agosto em relação a julho, o maior recuo na comparação mensal desde setembro do ano passado. Mas a GlobalStation afirma que, pelo menos em termos de controle inflacionário, essa queda é uma boa notícia porque "a recomposição da renda dá sempre espaço para maiores repasses de preços do atacado para o varejo". Ou seja, a renda novamente em queda inibe reajustes de preço e freia o consumo, o que acaba ajudando o Copom na busca de suas metas de inflação (leia ainda reportagem de EXAME sobre a volta do consumidor brasileiro às compras).

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