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Atividade econômica brasileira cai 0,61% em janeiro

O resultado representa o 11º mês seguido de perdas na atividade, e veio bem pior que a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,1 por cento no mês

Supermercado: a performance negativa deriva principalmente das perdas nos setores de varejo e serviços, que iniciaram o ano com queda de 1,5% (Thinkstock)
DR

Da Redação

Publicado em 14 de março de 2016 às 10h13.

Brasília - O ano de 2016 começou com queda da atividade econômica , segundo dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira, dando continuidade à espiral de recessão em que o Brasil se encontra, sem dar sinais de estabilização em breve.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou queda de 0,61 por cento na comparação com dezembro, de acordo com dados dessazonalizados.

O resultado representa o 11º mês seguido de perdas na atividade, e veio bem pior que a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,1 por cento no mês.

O economista do Goldman Sachs Alberto Ramos afirmou em nota que o dado surpreendeu negativamente, e que a expectativa é de novo recuo do IBC-Br em fevereiro, em meio a um ambiente marcado por inflação alta, condições mais duras de financiamento e deterioração do mercado de trabalho.

"Do lado positivo, uma taxa de câmbio mais competitiva e uma fraca demanda doméstica deverão gradualmente elevar a contribuição das exportações líquidas para o crescimento e fornecer um piso para a contração esperada para o PIB nos trimestres à frente", destacou.

A performance negativa do IBC-Br em janeiro derivou principalmente das perdas nos setores de varejo e serviços, que iniciaram o ano com queda de 1,5 por cento em janeiro sobre dezembro e de 5,0 por cento sobre janeiro de 2015, respectivamente.

Isso ofuscou a alta inesperada de 0,4 por cento na produção industrial em janeiro sobre dezembro, dado positivo, mas que não indica mudança de tendência no setor.

Na comparação com janeiro de 2015, o IBC-Br caiu 6,70 por cento e no acumulado em 12 meses o declínio foi de 4,44 por cento, sempre em números dessazonalizados.

O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima, apontou em relatório que o índice deverá seguir mostrando piora no acumulado em 12 meses "até mais ou menos o terceiro trimestre de 2016, quando, com a base fraca de comparação, algum alívio deve se dar".

Em 2015, a economia brasileira encolheu 3,8 por cento, o pior resultado desde 1990 e com contração recorde nos investimentos e na indústria.

A previsão para este ano caminha na mesma direção, com expectativa de economistas consultados na pesquisa Focus do BC de um recuo de 3,54 por cento.

O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.

Matéria atualizada às 10h13

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Brasília - O ano de 2016 começou com queda da atividade econômica , segundo dados do Banco Central divulgados nesta segunda-feira, dando continuidade à espiral de recessão em que o Brasil se encontra, sem dar sinais de estabilização em breve.

O Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), espécie de sinalizador do Produto Interno Bruto (PIB), apresentou queda de 0,61 por cento na comparação com dezembro, de acordo com dados dessazonalizados.

O resultado representa o 11º mês seguido de perdas na atividade, e veio bem pior que a expectativa em pesquisa da Reuters de avanço de 0,1 por cento no mês.

O economista do Goldman Sachs Alberto Ramos afirmou em nota que o dado surpreendeu negativamente, e que a expectativa é de novo recuo do IBC-Br em fevereiro, em meio a um ambiente marcado por inflação alta, condições mais duras de financiamento e deterioração do mercado de trabalho.

"Do lado positivo, uma taxa de câmbio mais competitiva e uma fraca demanda doméstica deverão gradualmente elevar a contribuição das exportações líquidas para o crescimento e fornecer um piso para a contração esperada para o PIB nos trimestres à frente", destacou.

A performance negativa do IBC-Br em janeiro derivou principalmente das perdas nos setores de varejo e serviços, que iniciaram o ano com queda de 1,5 por cento em janeiro sobre dezembro e de 5,0 por cento sobre janeiro de 2015, respectivamente.

Isso ofuscou a alta inesperada de 0,4 por cento na produção industrial em janeiro sobre dezembro, dado positivo, mas que não indica mudança de tendência no setor.

Na comparação com janeiro de 2015, o IBC-Br caiu 6,70 por cento e no acumulado em 12 meses o declínio foi de 4,44 por cento, sempre em números dessazonalizados.

O economista-chefe do Banco Fator, José Francisco de Lima, apontou em relatório que o índice deverá seguir mostrando piora no acumulado em 12 meses "até mais ou menos o terceiro trimestre de 2016, quando, com a base fraca de comparação, algum alívio deve se dar".

Em 2015, a economia brasileira encolheu 3,8 por cento, o pior resultado desde 1990 e com contração recorde nos investimentos e na indústria.

A previsão para este ano caminha na mesma direção, com expectativa de economistas consultados na pesquisa Focus do BC de um recuo de 3,54 por cento.

O IBC-Br incorpora projeções para a produção no setor de serviços, indústria e agropecuária, bem como o impacto dos impostos sobre os produtos.

Matéria atualizada às 10h13

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