Economia

Atividade econômica argentina fica abaixo do esperado

O país encerrou 2012 com crescimento de 1,9 por cento


	O índice de atividade econômica EMAE, uma espécie de medidor do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 0,4 por cento em novembro ante dezembro na Argentina
 (Wikimedia Commons)

O índice de atividade econômica EMAE, uma espécie de medidor do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 0,4 por cento em novembro ante dezembro na Argentina (Wikimedia Commons)

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Da Redação

Publicado em 15 de fevereiro de 2013 às 22h07.

Buenos Aires - A atividade econômica da Argentina perdeu força em dezembro, avançando 1,1 por cento em relação ao mesmo mês do ano anterior, e fechou o ano com crescimento de 1,9 por cento, o segundo pior desempenho em uma década, mostraram dados do governo nesta sexta-feira.

A prolongada expansão da terceira maior economia da América Latina estancou em 2012 devido à fraca demanda global, à alta inflação, ao impacto de uma seca sobre a colheita de grãos e ao efeito de controles do governo sobre câmbio no investimento.

Uma pesquisa da Reuters com 12 analistas mostrou que a previsão média para o crescimento em dezembro era de 1,5 por cento, com estimativas compreendidas entre uma queda de 0,7 por cento e uma alta de 2,3 por cento no crescimento.

Em relação a novembro, o índice de atividade econômica EMAE, uma espécie de medidor do Produto Interno Bruto (PIB), subiu 0,4 por cento, mesma taxa registrada em novembro ante outubro.

A presidente Cristina Kirchner anunciou o dado sobre crescimento em 2012 mais cedo nesta semana, citando a resiliência argentina à crise econômica global.

Mas a precisão dos dados do país sobre crescimento e inflação estão sob fogo cerrado, com o país sujeito a possíveis sanções por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Alguns analistas privados dizem que a economia encolheu no ano passado. Em seu próprio indicador de atividade econômica, a empresa de consultoria Orlando J. Ferreres & Associados anunciou declínio de 0,3 por cento em 2012, um número respaldado pelo Citigroup.


Membros do governo e analistas concordam que as perspectivas para a economia em 2013 são melhores, mas taxas de crescimento de 9 por cento ao ano, como as registradas depois da crise de 2001-02, provavelmente não voltarão.

INFLAÇÃO EM JANEIRO

O governo também divulgou nesta sexta-feira um relatório mostrando que a inflação ao consumidor chegou a 1,1 por cento em janeiro, maior leitura oficial desde fevereiro de 2010.

Os dados do governo têm sido amplamente contestados. Economistas privados acreditam que a inflação real no mês passado chegou a 2,1 por cento, de acordo com a mediana das estimativas de seis analistas ouvidos pela Reuters.

No acumulado em 12 meses até janeiro, a inflação oficial anunciada foi de 11,1 por cento, comparada com a estimativa de analistas de cerca de 25 por cento.

"Nós esperamos que a inflação não-oficial acelere para 30 por cento em 2013, após oscilar em torno de 25 por cento ao longo dos últimos três anos", avaliou o Citigroup em relatório mais cedo nesta sexta-feira.

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