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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h54.
Para detectar qual rumo vai seguir o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) nas próximas reuniões, uma expressão tem se tornado a obsessão dos analistas: "manutenção da taxa de juros básica por um período suficientemente longo de tempo". As palavras "período suficientemente longo" têm indicado para alguns observadores o cabal sepultamento de qualquer chance de redução da Selic na reunião seguinte do comitê.
Mas a http://www.bc.gov.br/?COPOM110, divulgada nesta quinta-feira (28/7), repetiu a expressão-chave para explicar o que tem feito, e não o que vai fazer. É a opinião de Marcel Pereira, economista-chefe da RC Consultores. O Copom afirma no item 26 da ata que "a perspectiva de manutenção da taxa de juros básica por um período suficientemente longo de tempo no nível estabelecido em sua reunião de maio" vem cumprindo seu papel, e por isso houve a manutenção da taxa em junho e julho. A Selic está em 19,75% ao ano.
Entretanto, "na eventualidade de se verificar uma alteração no cenário prospectivo traçado para a inflação neste momento pelo Comitê, a estratégia de política monetária será prontamente adequada às circunstâncias", afirma a ata. Para a RC Consultores, está, assim, explícita a sinalização de condições favoráveis a um corte da taxa básica já em agosto.
A boletim de análise emitido hoje pela equipe de economistas do banco Bradesco segue raciocínio semelhante. Para o Bradesco, a ata do Copom abre espaço para redução já em agosto, apesar da permanência da frase "por um período longo".
Para Pereira, da RC, a probabilidade de uma redução de 0,25 ponto percentual na Selic em agosto é grande. Não se deve descartar, inclusive, a possibilidade de um corte de 0,5 p.p., embora um alívio maior na política monetária seja no momento menos provável. Além do recuo da inflação, outro fator positivo que endossaria cortes da Selic é o petróleo. A curva de preço do petróleo sinaliza que deverá haver queda do preço do barril nas próximas semanas.