A Comissão de Economia e Mercados da Associação dos Bancos do Rio de Janeiro apresentaram suas análises e projeções da economia brasileira para 2003 e 2004. Coordenada pelo economista Alexandre Póvoa, a comissão - composta por nove bancos - chegou a uma média de 17,75% para a taxa Selic em 2003. Os juros reais, na opinião dos integrantes da comissão, devem atingir 11,3% este ano e 9,2% no final de 2004.

Em relação à inflação, os bancos cariocas não acreditam que o centro da meta do governo seja cumprido e projetam para 2003 uma taxa de 9,7%. Para o ano que vem, esperam 6,1%.

"A comissão mostrou preocupação quanto à capacidade de crescimento sustentado do país no longo prazo", diz o relatório da reunião. Para os bancos, não há dúvida de que haverá melhora no Produto Interno Bruto (PIB) nos próximos 18 meses - até porque, diz o relatório, a economia chegou a um patamar muito baixo. A média de projeções está em 0,8% para 2003 e 2,85% para 2004. Entretanto, a comissão ressalta que "a falta de um ambiente sustentável para investimentos pode interromper esta aceleração a partir de 2005".

Entre outras projeções, a comissão ainda registrou que dificilmente o Real terá espaço para fortes depreciações até o final de 2003, principalmente pelo fluxo positivo de recursos conseguidos a partir da retomada do otimismo interno e pela liquidez do mercado internacional. Para o final de 2003, é esperada uma taxa cambial de 3,15 reais.