Associação brasileira de software solicita tratamento diferenciado na reforma tributária
Abes defende alíquota reduzida para software e serviços de tecnologia da informação, alertando para o impacto negativo do aumento da carga tributária e possível queda nos investimentos e inovação
Agência de notícias
Publicado em 5 de julho de 2023 às 19h35.
Última atualização em 5 de julho de 2023 às 19h40.
A Associação Brasileira das Empresas de Software (Abes) manifestou nesta quarta-feira, 5, o pedido de "tratamento diferenciado" para o setor na proposta de reforma tributária que está em andamento. A instituição argumenta que é preciso proporcionar uma alíquota reduzida para se incentivar os investimentos estratégicos em software e serviços de tecnologia da informação, que têm um papel importante nas iniciativas de digitalização do País.
A preocupação da Abes é que o imposto sobre bens e serviços (IBS), também conhecido como imposto sobre valor agregado ( IVA ), aumente a carga tributária nas operações de licenciamento de uso de softwares, bem como nos serviços diversos de tecnologia da informação.
- Receita informará quem está devendo a declaração do IR; saiba como
- Veja quem são as maiores vencedoras da Copa do Mundo Feminina
- Americanas (AMER3) rescinde com empresa de auditoria PwC após constatar fraude em balanços
- Com investimento de US$ 19 bi, Noruega aprova 19 projetos de petróleo e gás
- Tesla supera expectativas e bate recorde de entregas no 2º trimestre
- Arthur Lira mantém confiança na votação da reforma tributária nesta semana, apesar das pressões
Carga tributária multiplicada por quatro
A alíquota para o segmento ainda não é conhecida até aqui. Mas, tomando como referência a alíquota base de 25% do IVA e/ou IBS, a carga tributária atual da categoria seria multiplicada por quatro. "No final, o consumidor pagará a conta, já que ele não tem como repassar o acréscimo tributário dos bens ou serviços que porventura adquirir", afirma o presidente do conselho da Abes, Rodolfo Fücher.
Os membros da Abes alegam que desenvolver softwares no Brasil ficará mais caro, pois o principal insumo do setor está na mão de obra, mas esses custos não geram crédito no conceito da reforma tributária proposta. A expectativa é de queda nos investimentos, pois a diminuição das margens para acomodação da elevação dos preços no final da cadeia levará a uma forte redução na capacidade de contratação de mão de obra e de investimentos em inovação.
"Considerando como referência alíquota de 25% do IVA, estimamos um aumento em torno de 22% no preço final dos softwares e serviços de tecnologia, o que irá gerar uma redução do consumo, com menos investimentos em tecnologia e inovação, mais a perda de produtividade e competitividade do País", afirma o conselheiro da Abes, Jorge Sukarie.
A Abes também enfatiza que o setor de TI tem o potencial de impulsionar o crescimento econômico do país. Na sua avaliação, o sistema tributário deveria favorecer a expansão do setor, aumentando sua contribuição para o produto interno bruto (PIB) nacional. Segundo a associação, o setor de TI cresceu aproximadamente 3,0% em 2022, movimentando R$ 247,4 bilhões.