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Artigo: Superando tempos turbulentos

A instabilidade dos mercados financeiros internacionais levou a uma crise de capital profunda nos meses recentes. Companhias de todo o mundo foram forçadas a refrear os gastos. Com isso, as áreas de gestão de inovação e pesquisa e desenvolvimento (P&D) sofreram algumas conseqüências imediatas: as companhias tiveram que pensar duas vezes nos investimentos, os projetos […]

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 28 de janeiro de 2010 às 13h25.

A instabilidade dos mercados financeiros internacionais levou a uma crise de capital profunda nos meses recentes. Companhias de todo o mundo foram forçadas a refrear os gastos. Com isso, as áreas de gestão de inovação e pesquisa e desenvolvimento (P&D) sofreram algumas conseqüências imediatas: as companhias tiveram que pensar duas vezes nos investimentos, os projetos foram engavetados e os lançamentos de novos produtos no mercado foram adiados.

Temos observado estas tendências em muitos campos, incluindo a indústria automotiva. Mas também há exemplos de companhias que estão fazendo exatamente o oposto: o CEO da Microsoft, Steve Ballmer, anunciou que a empresa iria reagir à recessão com investimentos adicionais, em vez de fazer cortes, e aumentou imediatamente o orçamento de P&D para US$ 8 bilhões. Com esta estratégia, a gigante do software está usando os tempos turbulentos para se preparar para a próxima curva ascendente que se aproxima.

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Inovação 2.0 - Os fracassos no desenvolvimento de produtos são rotineiramente decompostos no processo de inovação. Embora tal fracasso não represente um problema em um clima de economia forte, pode significar a ruína de uma companhia durante uma crise.

Os executivos com cargo de gerência devem, então, desenvolver um instinto para reconhecer investimentos promissores em P&D. Como as companhias podem fazer pesquisas de forma rentável em tempos turbulentos e, ainda, manter uma estrutura enxuta? O lançamento de um produto o mais rapidamente possível é realmente mais importante do que limitações do orçamento? Como os gerentes podem minimizar decisões de negócio pobres e os riscos que elas trazem? A companhia deve se posicionar como a primeira a se movimentar ou como uma seguidora? Como pode utilizar a globalização como uma vantagem estratégica?

É impossível responder a estas perguntas de forma independente. Se a gerência decidir que P&D deveria seguir um novo caminho, então todas as áreas funcionais devem estar envolvidas no processo de repensar. As companhias podem assegurar um sucesso no longo prazo ao estabelecerem novas prioridades em seus próprios processos de inovação, buscar uma abordagem diferente da anterior e ativar potenciais não utilizados. Os conceitos fundamentais nesse processo são abrangentes, envolvem várias funções e são sistemáticos. O papel da liderança corporativa é fazer as perguntas críticas - perguntas decisivas que levem a novas abordagens e soluções.

Entender a crise como um tempo para repensar - O gerenciamento sistemático das inovações, que proporciona estabilidade em longo prazo, deve ir além das considerações de curto prazo durante a crise financeira. A globalização e a crescente pressão competitiva das nações em desenvolvimento intensificaram drasticamente o ritmo das decisões importantes. Muitas companhias estão realocando as atividades de P&D diretamente para os mercados alvo para acelerar os lançamentos de produtos. Além disso, os números absolutos e a diversidade de novos recursos de produtos aumentaram exponencialmente. O desenvolvimento de produtos está se tornando cada vez mais complexo em virtude de ciclos de desenvolvimento contraídos e de um número sempre crescente de variações.

Por último, mas não menos importante, as leis estão mudando continuamente em todo o mundo, forçando as companhias com operações globais a repensar constantemente suas estratégias de inovação e reagir com flexibilidade. Mas a pressão externa, seja dos mercados de capitais, do ambiente corporativo ou das leis de patentes, não deve ser contraproducente. Um ambiente desafiador pode acelerar a tomada de decisão e até mesmo produzir soluções inovadoras.

*Rodrigo Dantas é co-managing partner da consultoria Roland Berger no Brasil e responsável pela área de serviços financeiros

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