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Arrecadação confirma dinamismo fraco da economia, diz Austin

Economista destacou que todas as divisões econômicas acompanhadas pela Receita Federal na arrecadação da Cofins/PIS-Pasep registraram queda na comparação anual

Dinheiro: economista-chefe da Austin Ratings disse que não prevê uma forte retomada da economia (Marcos Santos / USP Imagens)
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Da Redação

Publicado em 23 de setembro de 2014 às 17h05.

São Paulo - Desconsiderando-se as receitas extraordinárias, a arrecadação federal deste ano pode ser inferior ao resultado de 2013, afirmou Alex Agostini, economista-chefe da Austin Ratings.

"A arrecadação de agosto é mais um indicador que confirma, no detalhe, quando se excluem as receitas extraordinárias, esse dinamismo fraco da economia brasileira ", afirmou.

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Ele destacou que todas as divisões econômicas acompanhadas pela Receita Federal na arrecadação da Cofins/PIS-Pasep registraram queda na comparação anual.

A principal piora foi a do setor de fabricação de veículos automotores, com recuo de 19,85% na arrecadação.

Ele acrescentou que os tributos relacionados a consumo e produção, como o Imposto sobre Importação, Cofins e IOF, recuaram nas duas bases de comparação, mensal e anual.

Nesta terça-feira, 23, o secretário adjunto da Receita Federal, Luiz Fernando Teixeira Nunes, projetou um crescimento real da arrecadação de 1% neste ano, de um número revisado de 2%.

Para Agostini, isso somente poderá ser alcançado com a entrada de receitas extraordinárias.

O secretário também manteve a expectativa de arrecadar R$ 18 bilhões com os pagamentos do Refis neste ano e explicou o número abaixo do esperado em agosto pelo fato de os contribuintes terem preferido parcelar a entrada.

No entanto, o economista-chefe da Austin Ratings ponderou que não prevê uma forte retomada da economia e lembrou que o próprio governo tem cortado suas projeções, ainda que se mantenha mais otimista que o mercado.

Ele lembrou que no fim do ano há um crescimento na arrecadação por fatores sazonais, mas afirmou que neste ano o consumo está mais desacelerado que no fim do ano passado.

Agostini citou ainda a preocupação com os gastos do governo, que são crescentes em um momento no qual a arrecadação não sobe na mesma velocidade.

Segundo números divulgados hoje pela Receita Federal, a arrecadação de agosto somou R$ 94,378 bilhões, abaixo da mediana de 13 instituições consultadas pelo AE Projeções, de R$ 96,700 bilhões.

O número do mês passado também foi impactado positivamente pelo Refis, que contribuiu com uma arrecadação de R$ 7,130 bilhões.

No ano até agosto, a arrecadação está em R$ 771,788 bilhões, alta real de 0,64% na comparação com o ano passado.

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