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Argentina recebe apoio da Espanha para renegociar dívida com FMI

Presidente da Argentina, Alberto Fernández, está viajando pela Europa com a missão de obter apoio político para renegociar a dívida com o FMI

Espanha: presidente da Argentina, Alberto Fernández, e o rei Felipe VI (Esteban Collazo/Reuters)
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AFP

Publicado em 4 de fevereiro de 2020 às 16h35.

Na terceira etapa de seu giro pela europa, o presidente argentino, Alberto Fernández , encontrou-se nesta terça-feira em Madri com o chefe do Executivo espanhol, Pedro Sánchez , de quem obteve apoio para renegociar com o Fundo Monetário Internacional ( FMI ) a pesada dívida externa argentina.

Sánchez recebeu Fernández com um abraço nos portões do palácio de Moncloa, gabinete da presidência do governo espanhol.

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O líder peronista de centro-esquerda é o primeiro presidente estrangeiro recebido pelo líder socialista espanhol desde que tomou posse em janeiro. Ambos já se encontraram em setembro, durante uma visita de Fernández a Madri, como candidato.

"É sempre agradável ouvir e ver que compartilhamos visões de mundo. Ele me ofereceu seu sincero apoio para que a Argentina possa avançar e se erguer", tuitou Fernández, referindo-se a Sánchez.

"Sánchez transferiu para o novo presidente argentino a solidariedade do governo espanhol para superar a difícil situação econômica e social que a Argentina está passando, bem como o apoio no processo de renegociação da dívida", afirmou a presidência do governo da Espanha em comunicado, um país que é o segundo maior investidor estrangeiro na Argentina e membro do FMI, com uma participação atual de 1,68%.

A declaração acrescentou que os dois líderes "concordaram em dar um impulso importante às relações bilaterais".

Após o encontro, os dois almoçaram e o líder argentino foi recebido pelo rei Felipe VI.

Fernández está viajando pela Europa com uma missão muito clara: obter apoio político para negociar um reescalonamento dos vencimentos da dívida externa argentina.

O passivo é de 311 bilhões de dólares, dos quais 44 bilhões com o FMI, acordados sob o governo do ex-presidente, o liberal Mauricio Macri. A dívida externa é equivalente a cerca de 91% do PIB argentino.

E o valor a ser renegociado - daqui até 31 de março, de acordo com os objetivos do governo - é de cerca de 195 bilhões de dólares (57% do PIB), correspondendo à dívida pública com detentores de títulos privados e organizações bilaterais e multilaterais.

Os outros dados macroeconômicos também não são bons, já que a economia argentina está em recessão há um ano e meio, a pobreza afeta 40% da população e a inflação está entre as mais altas do mundo, 53,8% em 2019.

Fernández, que viaja com sua mulher Fabiola Yáñez, o ministro das Relações Exteriores Felipe Solá e o secretário-geral da Presidência, Julio Vitobello, chegou a Madri na terça-feira de Berlim, onde encontrou a chanceler Angela Merkel na noite de segunda-feira.

Sua primeira etapa foi em Roma. Lá, na sexta-feira ele encontrou o papa Francisco, argentino, o presidente italiano Sergio Mattarella e o primeiro-ministro Giusseppe Conte.

A turnê será concluída na quarta-feira na França, um país cujas empresas estão interessadas em depósitos de lítio no norte da Argentina.

Em Paris, Fernández se encontrará com seu colega francês, Emmanuel Macron, e fará uma palestra na escola de ciências políticas Sciences-Po.

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