Argentina espera gesto a seu favor em negociação com fundos
Governo da Argentina disse que acredita que juiz aceitará conceder medida que dará ao país prazo para resolver problemas com credores
Da Redação
Publicado em 29 de julho de 2014 às 13h03.
Buenos Aires - O governo da Argentina disse nesta terça-feira que acredita que o juiz nova-iorquino Thomas Griesa aceitará conceder uma medida cautelar que dará ao país um "prazo determinado" para poder resolver os problemas com seus credores.
O chefe de gabinete do governo da presidente Cristina Kirchner , Jorge Capitanich, mostrou-se confiante em uma solução para a crise, no dia em que representantes da Argentina terão uma reunião em Nova York com o mediador judicial Daniel Pollack.
O objetivo do encontro é buscar um acordo que evite o país cair em uma moratória técnica nesta quinta-feira.
Segundo Capitanich, existe "uma atitude beligerante e de má fé que não permite resolver o problema" no processo apresentado nos Estados Unidos pelos fundos de investimento que possuem dívida argentina não reestruturada depois da moratória de 2001.
O chefe do gabinete criticou abertamente as decisões do juiz Griesa, que decidiu a favor dos fundos que exigem do país o pagamento de US$ 1,5 bilhão por dívida em moratória desde 2001, e denunciou "uma série de anormalidades" no processo.
Griesa negou à Argentina uma medida cautelar para o país poder pagar aos seus outros devedores, que possuem bônus reestruturados em 2005 ou 2010 (92,4% do total dos credores), e determinou aos bancos que congelem o dinheiro enviado para realizar os pagamentos.
Se os credores não receberem os pagamentos em 30 de julho, o país cairia em um "default" técnico, algo que o governo argentino não admite.
"A Argentina pediu a suspensão da sentença para estabelecer condições de negociação justas, equitativas e legais", reiterou hoje Capitanich em sua entrevista coletiva diária.