Argentina anuncia novo congelamento de preços
Este é terceiro congelamento anunciado em 2013 para tentar brecar a aceleração da inflação, que já acumula alta anual de quase 27%, segundo estimativas privadas
Da Redação
Publicado em 20 de dezembro de 2013 às 15h18.
Buenos Aires - O governo argentino de Cristina Kirchner anunciou, nesta sexta-feira, um novo congelamento de preços de produtos de consumo de massa.
Este é o terceiro congelamento anunciado em 2013 para tentar brecar a aceleração da inflação, que já acumula alta anual de quase 27%, conforme estimativas de institutos privados.
As questionadas estatísticas oficiais apontam inflação anual de 10,5%. As projeções privadas apontam alta em torno de 3% dos preços só em dezembro.
Segundo o ministro de Economia, Axel Kicillof, a diferença deste novo tabelamento é que o acordo fechado com os supermercadistas inclui também os fornecedores.
"É um acordo voluntário de preços entre o governo federal e os principais atores do setor e que avança na cadeia de valor, não só nos pontos de venda. É voluntário porque sabemos que sem a participação do setor privado os controles e os congelamentos não funcionam", disse Kicillof durante o anúncio do acordo, que inclui 200 produtos.
O governo ainda não divulgou a lista dos produtos, mas pelos tabelamentos anteriores, é possível inferir que entre os itens tabelados estarão algumas marcas de farinha de trigo, macarrão, erva-mate, sabonete e vinho. O esquema não inclui todas as marcas dos itens tabelados, somente as mais populares.
Nos dois congelamentos anteriores, por exemplo, houve muitas críticas por parte das associações de consumidores porque havia somente uma marca de farinha de trigo tabelada, enquanto no segmento de bebidas havia cinco marcas de vinho e algumas de cerveja.
O programa terá "controle popular", anunciou o ministro-chefe de Gabinete, Jorge Capitanich. "O valor da participação das pessoas é inestimávelo", afirmou, pedindo "que cada um dos argentinos ajude o governo ao cuidar do próprio bolso".
Ao redor dos empresários, no salão onde o anúncio foi feito, havia dezenas de militantes do movimento kirchnerista jovem La Cámpora usando camisetas com a frase "Olhamos os preços".
O tabelamento entrará em vigor no dia 1º de janeiro e vai durar um ano. "A partir do dia 1º de janeiro teremos um novo compromisso de trabalho e vamos pedir ao setor privado que seja tremendamente responsável", disse Kicillof.
Nos dois congelamentos anteriores, o prazo de duração foi de 90 dias. Nenhum deles serviu para baixar o nível de inflação, que promete chegar a 30% em 2014, conforme projeções de diferentes consultorias. A maioria dos produtos das listas tabeladas desaparece das prateleiras dos supermercados e muitos fabricantes lançam os mesmos tipos de produtos com outros nomes ou apresentação para driblar os controles oficiais.
A alta dos preços foi um dos motivos da derrota eleitoral parlamentar, em outubro passado, da Frente pela Vitória (FPV), a sublegenda do Partido Justicialista (PJ) criada pelo ex-presidente Néstor Kirchner, falecido em outubro de 2010, e sua esposa, a presidente Cristina Kirchner. A derrota impôs ao governo reconhecer publicamente o problema, negado desde 2007, quando as estatísticas oficiais se distanciaram das projeções do mercado, apresentando índices de preços mais baixos que os reais.
O problema levou o país a receber uma moção de censura por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI). Agora, o governo promete dar transparência às estatísticas por meio de um novo Índice de Preços ao Consumidor Nacional que deve entrar em vigor a partir de março de 2014.
Buenos Aires - O governo argentino de Cristina Kirchner anunciou, nesta sexta-feira, um novo congelamento de preços de produtos de consumo de massa.
Este é o terceiro congelamento anunciado em 2013 para tentar brecar a aceleração da inflação, que já acumula alta anual de quase 27%, conforme estimativas de institutos privados.
As questionadas estatísticas oficiais apontam inflação anual de 10,5%. As projeções privadas apontam alta em torno de 3% dos preços só em dezembro.
Segundo o ministro de Economia, Axel Kicillof, a diferença deste novo tabelamento é que o acordo fechado com os supermercadistas inclui também os fornecedores.
"É um acordo voluntário de preços entre o governo federal e os principais atores do setor e que avança na cadeia de valor, não só nos pontos de venda. É voluntário porque sabemos que sem a participação do setor privado os controles e os congelamentos não funcionam", disse Kicillof durante o anúncio do acordo, que inclui 200 produtos.
O governo ainda não divulgou a lista dos produtos, mas pelos tabelamentos anteriores, é possível inferir que entre os itens tabelados estarão algumas marcas de farinha de trigo, macarrão, erva-mate, sabonete e vinho. O esquema não inclui todas as marcas dos itens tabelados, somente as mais populares.
Nos dois congelamentos anteriores, por exemplo, houve muitas críticas por parte das associações de consumidores porque havia somente uma marca de farinha de trigo tabelada, enquanto no segmento de bebidas havia cinco marcas de vinho e algumas de cerveja.
O programa terá "controle popular", anunciou o ministro-chefe de Gabinete, Jorge Capitanich. "O valor da participação das pessoas é inestimávelo", afirmou, pedindo "que cada um dos argentinos ajude o governo ao cuidar do próprio bolso".
Ao redor dos empresários, no salão onde o anúncio foi feito, havia dezenas de militantes do movimento kirchnerista jovem La Cámpora usando camisetas com a frase "Olhamos os preços".
O tabelamento entrará em vigor no dia 1º de janeiro e vai durar um ano. "A partir do dia 1º de janeiro teremos um novo compromisso de trabalho e vamos pedir ao setor privado que seja tremendamente responsável", disse Kicillof.
Nos dois congelamentos anteriores, o prazo de duração foi de 90 dias. Nenhum deles serviu para baixar o nível de inflação, que promete chegar a 30% em 2014, conforme projeções de diferentes consultorias. A maioria dos produtos das listas tabeladas desaparece das prateleiras dos supermercados e muitos fabricantes lançam os mesmos tipos de produtos com outros nomes ou apresentação para driblar os controles oficiais.
A alta dos preços foi um dos motivos da derrota eleitoral parlamentar, em outubro passado, da Frente pela Vitória (FPV), a sublegenda do Partido Justicialista (PJ) criada pelo ex-presidente Néstor Kirchner, falecido em outubro de 2010, e sua esposa, a presidente Cristina Kirchner. A derrota impôs ao governo reconhecer publicamente o problema, negado desde 2007, quando as estatísticas oficiais se distanciaram das projeções do mercado, apresentando índices de preços mais baixos que os reais.
O problema levou o país a receber uma moção de censura por parte do Fundo Monetário Internacional (FMI). Agora, o governo promete dar transparência às estatísticas por meio de um novo Índice de Preços ao Consumidor Nacional que deve entrar em vigor a partir de março de 2014.