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Argentina adia anúncio do pacote

O ministro da Economia da Argentina, Jorge Remes Lenicov, disse na manhã desta sexta-feira que os detalhes do pacote econômico só serão divulgados amanhã, após a aprovação do plano pelo Congresso. A informação é do jornal La Nacion, de Buenos Aires. Enquanto o país recebia a notícia do novo atraso, o presidente Eduardo Duhalde estava […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h58.

O ministro da Economia da Argentina, Jorge Remes Lenicov, disse na manhã desta sexta-feira que os detalhes do pacote econômico só serão divulgados amanhã, após a aprovação do plano pelo Congresso. A informação é do jornal La Nacion, de Buenos Aires. Enquanto o país recebia a notícia do novo atraso, o presidente Eduardo Duhalde estava ocupado buscando costurar um amplo consenso nacional em torno das medidas. Ele já se reuniu com Victor de Gennaro, presidente da Central dos Trabalhadores Argentinos, e depois encontrou-se com as lideranças do partido Justicialista. Na tarde desta sexta, Duhalde tinha reuniões marcadas com os principais empresários argentinos.

Em todas as reuniões, o objetivo era o mesmo: explicar o teor das medidas que devem vigorar a partir da próxima segunda-feira para acabar com o sistema de conversibilidade, que, durante dez anos, garantiu que um peso fosse equivalente a um dólar. Embora o pacote completo não tenha sido anunciado oficialmente, a imprensa e o mercado argentinos têm levantado uma série de hipóteses nos últimos dias. Veja quais são os pontos mais prováveis do plano de emergência:

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Desvalorização - Na primeira fase do projeto, o governo deve criar uma cotação oficial do dólar para operações comerciais e financeiras. O valor ficaria entre 1,35 e 1,40 peso. Essa taxa fixa valeria por três meses. Depois desse período, o valor da moeda seria fixado de acordo com a variação de uma cesta de moedas estrangeiras composta por dólares, euros e reais. Haveria, ainda, um outro sistema cambial, para transações como a compra de dólares para viagens ao exterior, por exemplo. Neste caso, o câmbio é livre.

Títulos e dívidas - Como o fim da paridade, cria-se o problema da conversão das dívidas já contraídas na moeda americana. Segundo o diário Clarín, todas as dívidas de até 100 mil dólares serão pesificadas, ou seja, convertidas a uma taxa de 1 peso para um dólar. O objetivo é proteger pessoas físicas e pequenas e médias empresas. A diferença seria coberta com recursos do governo, com o dinheiro arrecadado num novo imposto sobre as exportações de petróleo, disse o Clarín. Os títulos e contratos acima desse valor também serão desdolarizados. A questão que permanece em aberto é a taxa de câmbio que será aplicada nesses casos. Será o peso já desvalorizado, o que significaria um aumento substancial das dívidas? Ou seriam os contratos ainda sujeitos à paridade? No caso de decidir-se pela primeira opção, especula-se que os devedores terão prazos alongados e taxas de juros menores para que possam saldar seus débitos. Outra compensação é a garantia de que todos os valores que os cidadãos e empresas tenham depositado em dólares nos bancos serão devolvidos na moeda americana.

Dívida externa - O ministro da Economia, Remes Lenicov, deve ir a Washington na próxima semana pedir auxílio ao Fundo Monetário Internacional (FMI). Calcula-se que o país precise de pelo menos novos 15 bilhões de dólares em empréstimos para garantir o funcionamento do plano de emergência. Um porta-voz do FMI disse que a instituição está pronta para colaborar no esforço da recuperação da economia argentina. Afirmou, porém, que não há informações oficiais sobre a ida de Lenicov aos Estados Unidos.

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