Economia

Analistas apostam em manutenção da Selic em junho

O mercado já tenta antecipar o próximo passo do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Para alguns analistas, a aposta é de que a taxa básica de juros será mantida na próxima reunião, marcada para 15 e 16 de junho. Com isso, a Selic ficaria em 16% ao ano até meados de […]

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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h26.

O mercado já tenta antecipar o próximo passo do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC). Para alguns analistas, a aposta é de que a taxa básica de juros será mantida na próxima reunião, marcada para 15 e 16 de junho. Com isso, a Selic ficaria em 16% ao ano até meados de julho, quando o comitê tem um novo encontro. A volatilidade externa, a preocupação com os índices de inflação e o impacto da crise mundial do petróleo são alguns dos motivos apresentados pelo Copom na decisão desta semana e que fundamentam a avaliação dos analistas financeiros para a reunião de junho.

Para o BES Investimento, banco de investimentos do grupo português Espírito Santo, a cisão entre os nove membros do Copom, nesta senama, indica que o grupo apresenta reduzidas chances de baixar a taxa de juros sob condições de incerteza. Sendo a principal fonte de instabilidade, neste momento, externa, como o aumento do barril do petróleo e a possível alta da taxa básica de juros norte-americana, o banco afirma que "quase não há chances de mudança da taxa de juros na próxima reunião do Copom".

O BES lembra que o BC está se guiando por uma grande prudência em suas decisões, a fim de contornar a volatilidade externa. Por isso, deve pesar a favor da manutenção da Selic o fato de que a reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) ocorrerá apenas na última semana de junho, após, portanto, a reunião do Copom.

"Lição de casa"

Citando a nota do Copom, que menciona a "volatilidade de curto prazo" como justificativa para a manutenção da taxa básica de juros, a consultoria Global Invest afirma que há uma contradição: se os fundamentos da economia brasileira são sólidos, não poderiam ser contaminados por flutuações de curto prazo. Para a consultoria, deixar a Selic em 16% reflete o reconhecimento do governo de que não fez sua "lição de casa", isto é, os indicadores da economia podem não ser tão consistentes quanto o governo diz. Isto aumentaria a exposição do Brasil à instabilidade mundial.

A deterioração da taxa de câmbio brasileira, o déficit de 735 milhões de dólares das transações em conta corrente, divulgado ontem (20/5), com a conseqüente redução do superávit primário acumulado no ano, o recuo dos investimentos estrangeiros diretos e o recorde de desemprego em São Paulo são os fatores domésticos que pesam contra uma eventual redução da taxa Selic no próximo mês.

No ambiente externo, os sinais de que os Estados Unidos podem aumentar seus juros já em junho foram apontados pela consultoria como fator de preocupação. Neste cenário, os analistas consideraram que os juros brasileiros não deverão cair no próximo mês, sobretudo se a inflação continuar subindo, como indicou o Índice Geral de Preços -10, divulgado na quarta-feira (19/5).

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