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América Latina perdeu medo do câmbio, diz Banco Mundial

O Banco Mundial prevê que a América Latina deva crescer 2,5% este ano e a região entre em uma fase de menor expansão da economia

EXAME.com (EXAME.com)
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Da Redação

Publicado em 9 de outubro de 2013 às 15h49.

Washington - Os países da América Latina perderam o medo da desvalorização cambial, avalia o Banco Mundial , que nesta quarta-feira, 09, divulgou um relatório analisando as moedas dos países da região. Pela primeira vez, conclui o documento, as moedas absorveram parte dos choques que vieram do aumento da volatilidade da economia global sem gerar maiores problemas.

As moedas acabaram tendo o papel de absorver os choques externos e, ao se desvalorizarem, ajudaram a estimular a atividade econômica com preços de produtos exportados da região mais competitivos, afirmou o economista-chefe do Banco Mundial para América Latina, Augusto de la Torre, em entrevista à imprensa.

O Banco Mundial prevê que a América Latina deva crescer 2,5% este ano e a região entre em uma fase de menor expansão da economia, na medida em que a situação externa fica mais difícil e desafiadora.

A região precisa administrar três fatores, que podem comprometer a atividade econômica de cada país, destacou o economista. A desaceleração da China, a mudança da política monetária nos Estados Unidos, que devem elevar as taxas de longo prazo no mercado norte-americano, e a queda dos preços das commodities no mercado internacional.

O economista ressaltou que o pessimismo em relação à América Latina aumentou recentemente entre os analistas. Mas o Banco Mundial, disse ele, discorda da visão, pois vê os países com bons fundamentos, que permitem que os riscos financeiros sejam dissipados.

O Banco Mundial ressaltou que as economias da América Latina são muito heterogêneas, com países se expandindo em níveis diferentes. A decepção são os dois gigantes, Brasil e México, que devem crescer abaixo da média esperada para a região este ano. Enquanto isso, mercados como Peru e Panamá, que devem crescem em "nível asiático", com avanços estimados de 5,5% e 8%, respectivamente. Enquanto isso, países como Jamaica e Venezuela vão crescer menos de 1%. No meio dos dois extremos, alguns países como Chile, Argentina, Guatemala e Uruguai devem ter expansão acima da média da região, na casa de 3% a 4%.

Sobre o câmbio , Torre ressaltou que é errado avaliar a América Latina tomando o passado como base. Em outros momentos de turbulência do mercado financeiro mundial, havia dias em que a desvalorização cambial "espalhava o desastre na região e esses dias virtualmente se foram". Nos anos 1990, por exemplo, uma depreciação das moedas como a vista nas últimas semanas se traduziria em inflação maior e caos financeiro.

O grande desafio para a região agora, avalia o Banco Mundial, é melhorar a produtividade. Para isso, alguns problemas estruturais precisarão ser resolvidos. No caso do Brasil, ele citou os gargalos em infraestrutura e a necessidade do país estimular mais o investimento privado, passando a depender menos do consumo para expandir a demanda agregada. Na avaliação de Torre, a agenda da região para os próximos 10 a 15 anos deve ter o aumento da produtividade como ponto central, com a questão fiscal e cambial deixando de ser o foco principal.

O Banco Mundial faz sua reunião anual em paralelo ao encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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Washington - Os países da América Latina perderam o medo da desvalorização cambial, avalia o Banco Mundial , que nesta quarta-feira, 09, divulgou um relatório analisando as moedas dos países da região. Pela primeira vez, conclui o documento, as moedas absorveram parte dos choques que vieram do aumento da volatilidade da economia global sem gerar maiores problemas.

As moedas acabaram tendo o papel de absorver os choques externos e, ao se desvalorizarem, ajudaram a estimular a atividade econômica com preços de produtos exportados da região mais competitivos, afirmou o economista-chefe do Banco Mundial para América Latina, Augusto de la Torre, em entrevista à imprensa.

O Banco Mundial prevê que a América Latina deva crescer 2,5% este ano e a região entre em uma fase de menor expansão da economia, na medida em que a situação externa fica mais difícil e desafiadora.

A região precisa administrar três fatores, que podem comprometer a atividade econômica de cada país, destacou o economista. A desaceleração da China, a mudança da política monetária nos Estados Unidos, que devem elevar as taxas de longo prazo no mercado norte-americano, e a queda dos preços das commodities no mercado internacional.

O economista ressaltou que o pessimismo em relação à América Latina aumentou recentemente entre os analistas. Mas o Banco Mundial, disse ele, discorda da visão, pois vê os países com bons fundamentos, que permitem que os riscos financeiros sejam dissipados.

O Banco Mundial ressaltou que as economias da América Latina são muito heterogêneas, com países se expandindo em níveis diferentes. A decepção são os dois gigantes, Brasil e México, que devem crescer abaixo da média esperada para a região este ano. Enquanto isso, mercados como Peru e Panamá, que devem crescem em "nível asiático", com avanços estimados de 5,5% e 8%, respectivamente. Enquanto isso, países como Jamaica e Venezuela vão crescer menos de 1%. No meio dos dois extremos, alguns países como Chile, Argentina, Guatemala e Uruguai devem ter expansão acima da média da região, na casa de 3% a 4%.

Sobre o câmbio , Torre ressaltou que é errado avaliar a América Latina tomando o passado como base. Em outros momentos de turbulência do mercado financeiro mundial, havia dias em que a desvalorização cambial "espalhava o desastre na região e esses dias virtualmente se foram". Nos anos 1990, por exemplo, uma depreciação das moedas como a vista nas últimas semanas se traduziria em inflação maior e caos financeiro.

O grande desafio para a região agora, avalia o Banco Mundial, é melhorar a produtividade. Para isso, alguns problemas estruturais precisarão ser resolvidos. No caso do Brasil, ele citou os gargalos em infraestrutura e a necessidade do país estimular mais o investimento privado, passando a depender menos do consumo para expandir a demanda agregada. Na avaliação de Torre, a agenda da região para os próximos 10 a 15 anos deve ter o aumento da produtividade como ponto central, com a questão fiscal e cambial deixando de ser o foco principal.

O Banco Mundial faz sua reunião anual em paralelo ao encontro do Fundo Monetário Internacional (FMI).

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