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Alto custo dificulta rentabilidade de megacampo argentino

Vaca Muerta está sofrendo com a elevada inflação argentina, que dificultam a rentabilidade dos projetos de petróleo e gás

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 8 de outubro de 2013 às 19h34.

Buenos Aires - Os altos custos do megacampo de Vaca Muerta, na Patagônia, na Argentina, país que tem registrado elevada inflação, dificultam a rentabilidade dos projetos de petróleo e gás não convencionais em desenvolvimento, disse nesta terça-feira um alto executivo do setor petroleiro local.

Ao participar de evento do setor petroleiro, Alejandro Bulgheroni, diretor da petroleira Bridas e um dos grandes players do setor petroleiro argentino, questionou o desenvolvimento realizado até o momento dos recursos não convencionais, liderados pela estatal YPF.

"Desde o ano de 2010, quando começou a perfurar com o objetivo de (chegar à) Vaca Muerta, na bacia em Neuquén, foram perfurados mais de 90 poços. A informação é escassa e não é dividida abertamente entre os distintos operadores", disse Bulgheroni.

"Podemos dizer que os resultados não foram de todo satisfatórios. A pouca experiência, a falta de tecnologia das companhias de serviços da Argentina e os altos custos operacionais nos investimentos tornarão muito difícil a rentabilidade destes projetos", acrescentou.

A inflação chegou a 25 por cento na Argentina no ano passado, segundo estimativas privadas. Por outro lado, as restrições às importações dificultam a entrada de equipamentos para a atividade petroleira.

A Bridas tem 40 por cento da Pan American Energy (PAE) junto com a chinesa CNOOC. Os 60 por cento restantes estão nas mãos da gigante britânica BP, uma das principais pretroleiras que operam no país.

A PAE tem posições em Vaca Muerta, mas a empresa não deu detalhes sobre as áreas e nem sobre os avanços no desenvolvimento de hidrocarbonetos não convencionais na formação.

A produção de petróleo e gás da Argentina está retrocedendo nos últimos anos pelo amadurecimento das reservas e falta de investimentos no setor, o que obrigou o país a realizar importações energéticas milionárias.

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