Alta na gasolina e energia respondem por um terço do IPCA-15 do ano
IPCA-15, prévia da inflação oficial, fechou o ano no maior valor desde 2015, conforme divulgou o IBGE nesta quinta-feira
Da redação, com agências
Publicado em 23 de dezembro de 2021 às 12h41.
O encarecimento de apenas dois itens na cesta de consumo das famílias em 2021 foi responsável por mais de um terço da prévia da inflação oficial, que alcançou dois dígitos neste ano.
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A gasolina e a energia elétrica mais caras deram uma contribuição de 3,62 pontos porcentuais para a taxa acumulada de 10,42% em 2021 na prévia da inflação oficial registrada pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).
O resultado é o maior para um fechamento de ano desde 2015, como informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta quinta-feira, 23.
A gasolina subiu 49,59% em 2021, item de maior impacto no IPCA-15, com 2,42 pontos porcentuais. A energia elétrica aumentou 27,34%, segundo maior impacto, 1,20 ponto porcentual.
O automóvel novo subiu 15,20%, impacto de 0,45 ponto porcentual, seguido pelo etanol, com alta de 63,28% e impacto de 0,42 ponto porcentual, e gás de botijão, com elevação de 38,07% e impacto de 0,41 ponto porcentual.
Os gastos das famílias com o grupo Transportes saltaram 21,35% no ano de 2021, uma contribuição de 4,26 pontos porcentuais para o IPCA-15.
Já o gastos com Habitação aumentaram 14,67%, o equivalente a 2,29 pontos porcentuais do IPCA-15, enquanto Alimentação e Bebidas encareceram com alta de 8,68%, contribuição de 1,82 ponto porcentual na inflação.
Em 2021, os Artigos de Residência subiram 12,18% (0,46 ponto porcentual); Vestuário aumentou 9,83% (0,42 ponto porcentual); Saúde e Cuidados Pessoais subiram 3,46% (0,46 ponto porcentual); Despesas Pessoais subiram 4,61% (0,49 ponto porcentual); Educação aumentou 2,62% (0,16 ponto porcentual); e Comunicação teve elevação de 1,04% (0,06 ponto porcentual).
Para 2022, analistas ouvidos para o boletim Focus do Banco Central projetam alta de 5,03% no IPCA, em vez dos mais de 10% neste ano, segundo a última edição do ano do relatório, divulgada nesta segunda-feira, 20.
A queda prevista vem devido à alta da taxa de juros, com expectativa de desaceleração da economia e da demanda.A última alta da Selic foi de 7,75% para 9,25% ao ano, em 8 de dezembro, e a projeção é que a taxa de juros chegue a dois dígitos já na primeira reunião do Copom no ano que vem.
(Com Estadão Conteúdo)