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Alta dos juros futuros perde força por embolso de lucros

Resultado quase no teto de estimativas da primeira prévia do IGP-M e leituras sobre impacto da inflação no resultado do varejo em fevereiro garantiram alta

Para economista da M. Safra, a Pesquisa Mensal de Comércio de fevereiro mostra que o Brasil "já vive um cenário de estagflação", tornando ainda mais urgente o início do aperto monetário (Marcos Santos/USP Imagens)
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Da Redação

Publicado em 11 de abril de 2013 às 17h43.

São Paulo - A alta dos juros futuros perdeu fôlego à tarde, em um movimento técnico de zeragem de posições após o forte avanço das taxas mais curtas na manhã desta quinta-feira. Segundo operadores, o ganho inicial teve um pouco de exagero. No período vespertino, porém, alguns investidores que estavam comprados em taxa decidiram embolsar os ganhos.

Ainda assim, o resultado quase no teto das estimativas da primeira prévia do IGP-M e algumas leituras sobre o impacto da inflação no resultado fraco do varejo em fevereiro garantiram a alta das taxas, que sinalizam agora uma chance de 80% a 85% de elevação da Selic em abril.

Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (963.415 contratos) marcava 7,32%, de 7,28% no ajuste anterior e após atingir máxima de 7,40% pela manhã. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (770.235 contratos) apontava 7,92%, de 7,90% na véspera e de máxima de 8,03%.

O juro com vencimento em janeiro de 2015 (386.930 contratos) indicava 8,50%, de 8,48% na véspera. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (161.420 contratos) marcava 9,16%, ante 9,11% na quarta-feira, e o DI para janeiro de 2021 (11.790 contratos) estava em 9,69%, ante 9,66% no ajuste.

"O mercado foi surpreendido pelo IGP-M e puxou as taxas para cima, dando continuidade a um movimento que começou ontem com a análise sobre o IPCA de março. Mas houve algum exagero e quem estava comprado em juro aproveitou, durante a tarde, para embolsar os ganhos", afirmou um profissional da área de renda fixa.

O IGP-M mostrou alta de 0,42% na primeira prévia de abril, ante +0,15% em igual prévia de março e próximo do teto das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, que iam de 0,18% a 0,44%.

No que diz respeito à atividade, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que as vendas do comércio varejista restrito caíram 0,4% em fevereiro ante janeiro, abaixo do piso das estimativas (+0,20%), e tiveram baixa de 0,2% na comparação com igual mês de 2012, resultado também aquém do piso projetado (+1,30%).

Para o economista da M. Safra Marcelo Fonseca, a Pesquisa Mensal de Comércio de fevereiro mostra que o Brasil "já vive um cenário de estagflação", tornando ainda mais urgente o início do aperto monetário. "Os dados do varejo mostram que a inflação está corroendo o poder de consumo, então a ideia de que precisa esperar o crescimento vir para combater a inflação morreu completamente. Virou condição para o crescimento contornar o problema inflacionário."

Outros agentes lembraram que os números sugerem fraqueza da atividade, o que poderia deixar o Banco Central em dúvida sobre a data de início do aperto monetário e pressionado pelo governo.

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São Paulo - A alta dos juros futuros perdeu fôlego à tarde, em um movimento técnico de zeragem de posições após o forte avanço das taxas mais curtas na manhã desta quinta-feira. Segundo operadores, o ganho inicial teve um pouco de exagero. No período vespertino, porém, alguns investidores que estavam comprados em taxa decidiram embolsar os ganhos.

Ainda assim, o resultado quase no teto das estimativas da primeira prévia do IGP-M e algumas leituras sobre o impacto da inflação no resultado fraco do varejo em fevereiro garantiram a alta das taxas, que sinalizam agora uma chance de 80% a 85% de elevação da Selic em abril.

Ao término da negociação normal na BM&F, o contrato de DI com vencimento em julho de 2013 (963.415 contratos) marcava 7,32%, de 7,28% no ajuste anterior e após atingir máxima de 7,40% pela manhã. O DI com vencimento em janeiro de 2014 (770.235 contratos) apontava 7,92%, de 7,90% na véspera e de máxima de 8,03%.

O juro com vencimento em janeiro de 2015 (386.930 contratos) indicava 8,50%, de 8,48% na véspera. O contrato com vencimento em janeiro de 2017 (161.420 contratos) marcava 9,16%, ante 9,11% na quarta-feira, e o DI para janeiro de 2021 (11.790 contratos) estava em 9,69%, ante 9,66% no ajuste.

"O mercado foi surpreendido pelo IGP-M e puxou as taxas para cima, dando continuidade a um movimento que começou ontem com a análise sobre o IPCA de março. Mas houve algum exagero e quem estava comprado em juro aproveitou, durante a tarde, para embolsar os ganhos", afirmou um profissional da área de renda fixa.

O IGP-M mostrou alta de 0,42% na primeira prévia de abril, ante +0,15% em igual prévia de março e próximo do teto das estimativas dos analistas consultados pelo AE Projeções, que iam de 0,18% a 0,44%.

No que diz respeito à atividade, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que as vendas do comércio varejista restrito caíram 0,4% em fevereiro ante janeiro, abaixo do piso das estimativas (+0,20%), e tiveram baixa de 0,2% na comparação com igual mês de 2012, resultado também aquém do piso projetado (+1,30%).

Para o economista da M. Safra Marcelo Fonseca, a Pesquisa Mensal de Comércio de fevereiro mostra que o Brasil "já vive um cenário de estagflação", tornando ainda mais urgente o início do aperto monetário. "Os dados do varejo mostram que a inflação está corroendo o poder de consumo, então a ideia de que precisa esperar o crescimento vir para combater a inflação morreu completamente. Virou condição para o crescimento contornar o problema inflacionário."

Outros agentes lembraram que os números sugerem fraqueza da atividade, o que poderia deixar o Banco Central em dúvida sobre a data de início do aperto monetário e pressionado pelo governo.

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