Exame Logo

Alta do dólar aumenta dívidas de empresas no mercado externo

Em junho, do total das dívidas das empresas, 32,2% foram contraídas no mercado externo

Banco Central ressalta que o endividamento das empresas em moeda estrangeira é exemplo de situações que demandam atenção especial (REUTERS/Ueslei Marcelino)
DR

Da Redação

Publicado em 1 de outubro de 2015 às 16h52.

Brasília - O endividamento das empresas no mercado externo aumentou devido à alta do dólar, diz o Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado hoje (1º) pelo Banco Central (BC).

Em junho, do total das dívidas das empresas, 32,2% foram contraídas no mercado externo. Em dezembro a participação estava 28,9%.

Segundo o relatório, esse incremento ocorreu como consequência da variação cambial no período e não de novas captações no exterior.

Na publicação, o BC ressalta que o endividamento das empresas em moeda estrangeira é exemplo de situações que demandam atenção especial.

No entanto, diz o BC, parte significativa dessa dívida é de empresas exportadoras que, naturalmente, têm mecanismos financeiros de proteção cambial (hedge).

Além disso, o BC destaca que o mercado oferece proteção às empresas contra as fortes oscilações do dólar.

E há corporações que pertencem a um grupo econômico com sede no exterior, o que aumenta a possibilidade de suporte financeiro intragrupo, bem como firmas com ativos no exterior em montante relevante, que podem compensar ou justificar economicamente a exposição em moeda estrangeira.

“O grupo de devedores que não tem proteção cambial relevante e conhecida é restrito”, ressalta o relatório. A exposição em moeda estrangeira dessas empresas sem proteção aumentou de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB), em dezembro de 2014, para 3,3%, em junho de 2015.

“Para esse grupo de empresas não exportadoras, sem hedge financeiro identificado, sem suporte intragrupo e sem ativos no exterior, o impacto da variação cambial em suas dívidas pode resultar em fragilidade financeira e, ainda que até o momento não tenha se traduzido em aumento de sua inadimplência no Sistema Financeiro Nacional, trata-se de situação continuamente monitorada”, diz o Banco Central.

Segundo o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, esse “percentual pequeno” de empresas sem proteção cambial conhecida “dá conforto”, mas o banco sempre olha o assunto com atenção.

Ao apresentar o relatório, Meirelles defendeu as operações de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Ele disse que os swaps proporcionam proteção às empresas e investidores em momento de forte oscilação do dólar.

“Evitam que empresas quebrem, não tenham condições de suportar esse movimento de volatilidade ou uma fuga de investidores”, explicou.

Meirelles disse que para cada real de prejuízo do BC com as operações, há ganhos entre R$ 3,5 e R$ 4, devido à valorização das reservas internacionais.

Nessa operação, o banco vende contratos de troca de rendimento no mercado futuro. Apesar de serem em reais, as operações são atreladas à variação do dólar.

No swap cambial, a autoridade monetária aposta que o dólar subirá mais que a taxa DI (taxa de depósito interbancário, que é cobrada em transações entre bancos).

Os investidores apostam o contrário. No fim dos contratos, ocorre uma troca de rendimentos (swap) entre as duas partes.

Quando o dólar sobe, o BC tem prejuízo proporcional ao número de contratos em vigor. Quando a cotação cai, os investidores deixam de lucrar.

Veja também

Brasília - O endividamento das empresas no mercado externo aumentou devido à alta do dólar, diz o Relatório de Estabilidade Financeira, divulgado hoje (1º) pelo Banco Central (BC).

Em junho, do total das dívidas das empresas, 32,2% foram contraídas no mercado externo. Em dezembro a participação estava 28,9%.

Segundo o relatório, esse incremento ocorreu como consequência da variação cambial no período e não de novas captações no exterior.

Na publicação, o BC ressalta que o endividamento das empresas em moeda estrangeira é exemplo de situações que demandam atenção especial.

No entanto, diz o BC, parte significativa dessa dívida é de empresas exportadoras que, naturalmente, têm mecanismos financeiros de proteção cambial (hedge).

Além disso, o BC destaca que o mercado oferece proteção às empresas contra as fortes oscilações do dólar.

E há corporações que pertencem a um grupo econômico com sede no exterior, o que aumenta a possibilidade de suporte financeiro intragrupo, bem como firmas com ativos no exterior em montante relevante, que podem compensar ou justificar economicamente a exposição em moeda estrangeira.

“O grupo de devedores que não tem proteção cambial relevante e conhecida é restrito”, ressalta o relatório. A exposição em moeda estrangeira dessas empresas sem proteção aumentou de 3,1% do Produto Interno Bruto (PIB), em dezembro de 2014, para 3,3%, em junho de 2015.

“Para esse grupo de empresas não exportadoras, sem hedge financeiro identificado, sem suporte intragrupo e sem ativos no exterior, o impacto da variação cambial em suas dívidas pode resultar em fragilidade financeira e, ainda que até o momento não tenha se traduzido em aumento de sua inadimplência no Sistema Financeiro Nacional, trata-se de situação continuamente monitorada”, diz o Banco Central.

Segundo o diretor de Fiscalização do BC, Anthero Meirelles, esse “percentual pequeno” de empresas sem proteção cambial conhecida “dá conforto”, mas o banco sempre olha o assunto com atenção.

Ao apresentar o relatório, Meirelles defendeu as operações de swap cambial (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro). Ele disse que os swaps proporcionam proteção às empresas e investidores em momento de forte oscilação do dólar.

“Evitam que empresas quebrem, não tenham condições de suportar esse movimento de volatilidade ou uma fuga de investidores”, explicou.

Meirelles disse que para cada real de prejuízo do BC com as operações, há ganhos entre R$ 3,5 e R$ 4, devido à valorização das reservas internacionais.

Nessa operação, o banco vende contratos de troca de rendimento no mercado futuro. Apesar de serem em reais, as operações são atreladas à variação do dólar.

No swap cambial, a autoridade monetária aposta que o dólar subirá mais que a taxa DI (taxa de depósito interbancário, que é cobrada em transações entre bancos).

Os investidores apostam o contrário. No fim dos contratos, ocorre uma troca de rendimentos (swap) entre as duas partes.

Quando o dólar sobe, o BC tem prejuízo proporcional ao número de contratos em vigor. Quando a cotação cai, os investidores deixam de lucrar.

Acompanhe tudo sobre:Banco CentralCâmbioComércioComércio exteriorDívidas empresariaisDólarEmpresasMercado financeiroMoedas

Mais lidas

exame no whatsapp

Receba as noticias da Exame no seu WhatsApp

Inscreva-se

Mais de Economia

Mais na Exame