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AL precisa reforçar alimentação de mães e menores de 2 anos

O documento, intitulado "Como proteger a nutrição das mães e as crianças", explica que "investir na nutrição nos primeiros mil dias de vida faz sentido econômico"

Crianças carentes: "Aparentemente há uma falta de conhecimento por parte dos líderes de opinião e dos políticos" sobre a importância da nutrição, diz o documento (©AFP/Arquivo / Pedro Ladeira)
DR

Da Redação

Publicado em 6 de dezembro de 2012 às 16h03.

Panamá - A América Latina e o Caribe devem priorizar a segurança alimentar das mães e crianças com menos de dois anos se quiser reduzir as "elevadas taxas de desnutrição" que afetam os mais pobres, alertou o Banco Mundial (BM) em um estudo divulgado nesta quinta-feira na capital panamenha.

A maioria dos programas de políticas públicas na região, inclusive os que são aplicados durante os cíclicos períodos de crise econômica e os relacionados aos desastres naturais, "passam longe das necessidades das mães e das crianças menores", o que pode afetar de forma definitiva o capital humano, ressaltou a instituição.

"Se a capacidade nutricional não for adequada nos primeiros dias de vida, as pessoas em um nível de desenvolvimento pobre, incluindo as mães e as crianças, podem sofrer consequências irreversiveis", declarou à Agência Efe a especialista do Banco Mundial e co-autora do estudo, Marie Chantal Messier.

O documento, intitulado "Como proteger a nutrição das mães e as crianças", explica que "investir na nutrição nos primeiros mil dias de vida faz sentido econômico" para os países, acrescentou Marie.

"Aparentemente há uma falta de conhecimento por parte dos líderes de opinião e dos políticos" sobre a importância da nutrição nos primeiros dias de vida e, ao mesmo tempo, há uma visão equivocada de que, ao diminuir a pobreza, também se reduz a desnutrição. "Isso não é verdade", assinalou a especialista.


A fome, que afeta pelo menos 47 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe, segundo os dados da ONU, influência o desenvolvimento intelectual humano de maneira irreversível e, por isso, acaba fragilizando o progresso econômico.

Devido à desnutrição, as pessoas perdem mais de 10% das receitas que poderiam ter recebido em toda sua vida, sendo que muitos países perdem entre 2% e 3% do produto interno bruto (PIB), segundo o Banco Mundial, que aponta que há 7,2 milhões de crianças, menores de cinco anos, com atraso de crescimento na América Latina.

Marie destacou que "a desnutrição crônica é um problema muito grande", especialmente na América Central e no Caribe, enquanto o estudo recomenda que esses países devem focar na "proteção das mães e das crianças menores de dois anos", tanto nos períodos de crise como nos de estabilidade.

Desta forma, o documento apresenta uma série de ferramentas para contornar esse problema de maneira ampla, com programas dirigidos a esse segmento da população nas áreas de saúde, educação e infraestrutura, para "ter uma visão mais ampla de como combater" a fome e suas consequências.

A desnutrição não se limita à qualidade e quantidade de alimentos consumidos pela população, mas também está relacionada com o acesso a serviços de água potável, saneamento e saúde, indicou o estudo.


O Banco Mundial chegou a essa conclusão após analisar o cumprimento de 13 categorias para garantir uma boa condição nutricional em 12 países: Dominica, Granada, Santa Lúcia, San Vicente, Haiti, Honduras, Nicarágua, El Salvador, Guatemala, Panamá, Bolívia e Colômbia.

Segundo o próprio relatório, esses países foram selecionados por critérios como o índice de pobreza, taxa de desnutrição, propensão a sofrer catástrofes naturais e vulnerabilidade às crises.

Além disso, os pesquisadores entrevistaram 130 "personalidades-chave" dos Governos, organismos promotores de desenvolvimento e da sociedade civil, em um "processo de consulta muito longo e exaustivo, mas de muito resultado", afirmou Marie.

"Os resultados apontam que quase todos os países analisados não atendem as 13 atividades (em sua totalidade) para conseguir um bom status nutricional", apontou.

Muitos dos países analisados optam por dar ênfase aos programas de alimentação escolar, o que lança dúvidas sobre "se essas políticas são realmente" efetivas e suficientes para "combater a desnutrição e ajudar as famílias mais pobres a obter os nutrientes que necessitam", assegurou Marie.

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Panamá - A América Latina e o Caribe devem priorizar a segurança alimentar das mães e crianças com menos de dois anos se quiser reduzir as "elevadas taxas de desnutrição" que afetam os mais pobres, alertou o Banco Mundial (BM) em um estudo divulgado nesta quinta-feira na capital panamenha.

A maioria dos programas de políticas públicas na região, inclusive os que são aplicados durante os cíclicos períodos de crise econômica e os relacionados aos desastres naturais, "passam longe das necessidades das mães e das crianças menores", o que pode afetar de forma definitiva o capital humano, ressaltou a instituição.

"Se a capacidade nutricional não for adequada nos primeiros dias de vida, as pessoas em um nível de desenvolvimento pobre, incluindo as mães e as crianças, podem sofrer consequências irreversiveis", declarou à Agência Efe a especialista do Banco Mundial e co-autora do estudo, Marie Chantal Messier.

O documento, intitulado "Como proteger a nutrição das mães e as crianças", explica que "investir na nutrição nos primeiros mil dias de vida faz sentido econômico" para os países, acrescentou Marie.

"Aparentemente há uma falta de conhecimento por parte dos líderes de opinião e dos políticos" sobre a importância da nutrição nos primeiros dias de vida e, ao mesmo tempo, há uma visão equivocada de que, ao diminuir a pobreza, também se reduz a desnutrição. "Isso não é verdade", assinalou a especialista.


A fome, que afeta pelo menos 47 milhões de pessoas na América Latina e no Caribe, segundo os dados da ONU, influência o desenvolvimento intelectual humano de maneira irreversível e, por isso, acaba fragilizando o progresso econômico.

Devido à desnutrição, as pessoas perdem mais de 10% das receitas que poderiam ter recebido em toda sua vida, sendo que muitos países perdem entre 2% e 3% do produto interno bruto (PIB), segundo o Banco Mundial, que aponta que há 7,2 milhões de crianças, menores de cinco anos, com atraso de crescimento na América Latina.

Marie destacou que "a desnutrição crônica é um problema muito grande", especialmente na América Central e no Caribe, enquanto o estudo recomenda que esses países devem focar na "proteção das mães e das crianças menores de dois anos", tanto nos períodos de crise como nos de estabilidade.

Desta forma, o documento apresenta uma série de ferramentas para contornar esse problema de maneira ampla, com programas dirigidos a esse segmento da população nas áreas de saúde, educação e infraestrutura, para "ter uma visão mais ampla de como combater" a fome e suas consequências.

A desnutrição não se limita à qualidade e quantidade de alimentos consumidos pela população, mas também está relacionada com o acesso a serviços de água potável, saneamento e saúde, indicou o estudo.


O Banco Mundial chegou a essa conclusão após analisar o cumprimento de 13 categorias para garantir uma boa condição nutricional em 12 países: Dominica, Granada, Santa Lúcia, San Vicente, Haiti, Honduras, Nicarágua, El Salvador, Guatemala, Panamá, Bolívia e Colômbia.

Segundo o próprio relatório, esses países foram selecionados por critérios como o índice de pobreza, taxa de desnutrição, propensão a sofrer catástrofes naturais e vulnerabilidade às crises.

Além disso, os pesquisadores entrevistaram 130 "personalidades-chave" dos Governos, organismos promotores de desenvolvimento e da sociedade civil, em um "processo de consulta muito longo e exaustivo, mas de muito resultado", afirmou Marie.

"Os resultados apontam que quase todos os países analisados não atendem as 13 atividades (em sua totalidade) para conseguir um bom status nutricional", apontou.

Muitos dos países analisados optam por dar ênfase aos programas de alimentação escolar, o que lança dúvidas sobre "se essas políticas são realmente" efetivas e suficientes para "combater a desnutrição e ajudar as famílias mais pobres a obter os nutrientes que necessitam", assegurou Marie.

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