Agronegócio deve perder de 10,43 bilhões de reais em 2006
Setor primário é o que mais sofrerá, de acordo com pesquisa da CNA
Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 10h33.
O Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio brasileiro apresentou queda de 0,69% nos primeiros quatro primeiros meses de 2006, informou nesta quarta-feira (12/7) a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). Segundo a instituição, houve redução generalizada no faturamento da pecuária e da agricultura, que apresentaram queda de 1,48% e 1,42%, respectivamente, em seus PIBs.
Com o resultado, a projeção para 2006 é de redução de 1,94% no PIB do agronegócio, o que representa perda de 10,43 bilhões de reais em relação a 2005. Segundo a CNA, a justificativa para essa queda se concentra no setor primário que, pelas últimas projeções, deve apresentar perdas de 4,27% em 2006, o equivalente a 6,54 bilhões de reais, devido à desvalorização dos preços.
A carne bovina, principal produto da agropecuária brasileira, deverá contribuir com 29,15 bilhões no faturamento de 2006, valor 8,6% menor que o verificado em 2005. O faturamento com a soja deve cair 13,9%; com o frango, 3%; e com o leite 7,8%. Já os resultados da comercialização da cana-de-açúcar devem crescer 17,3%, devido ao aumento da safra e aos preços elevados.
Balança comercial
Os dados acumulados no primeiro semestre de 2006 apontam recorde de exportações, embora elas sejam decrescentes. De janeiro a junho, as vendas ao exterior totalizaram 21,35 bilhões de dólares, o que representa crescimento de 5,7% em relação ao mesmo período do ano passado.
A redução no ritmo de crescimento das exportações diminuiu a participação do agronegócio no total de exportações brasileiras, passando de 37,6% para 35%. Já as importações do agronegócio registraram crescimento de 20%, frente a 2,9% verificado em 2005.
Os destaques da balança comercial ficaram com o açúcar e o álcool - que apresentaram 21,8% de aumento nas vendas - e o complexo soja, com elevação de 17% no grão, mas queda no farelo e no óleo. De acordo com a CNA, as distorções na tributação dentro do complexo soja desestimulam a industrialização no Brasil, fazendo com que o farelo e o óleo percam força no exterior e o país acabe exportando cada vez mais matéria-prima.