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Acordo de gás entre China e Rússia esbarra em preço

Kremlin tem urgência em fechar acordo em um momento no qual enfrenta isolamento econômico e político do Ocidente por conta da crise na Ucrânia

Gás: negociadores de ambos os países foram incapazes de superar as diferenças sobre preço (Vincent Mundy/Bloomberg)
DR

Da Redação

Publicado em 20 de maio de 2014 às 11h23.

Xangai - China e Rússia fracassaram em assinar um acordo de fornecimento de gás avaliado em 400 bilhões de dólares, nesta terça-feira, apesar da crescente urgência para o Kremlin de fechar o negócio em um momento no qual enfrenta isolamento econômico e político do Ocidente por conta da crise na Ucrânia.

Negociadores de ambos os países foram incapazes de superar as diferenças sobre preço, afirmou um porta-voz do presidente Vladimir Putin em Xangai, o que significa que o contrato não foi assinado nesta terça-feira, conforme a previsão de várias pessoas do setor.

Mas ainda haverá uma chance para os dois lados fecharem um acordo antes de Putin deixar a China na quarta-feira, ou, mais provavelmente, a tempo para um fórum econômico na cidade russa de São Petersburgo no fim desta semana.

Apesar do desapontamento criado pelo acordo de energia, visto como essencial para os interesses econômicos de longo prazo de ambos os países, Putin recebeu uma rara indicação de apoio do presidente Chinês Xi Jinping sobre a crise na Ucrânia.

Em um comunicado emitido após encontro entre os dois líderes, Rússia e China pediram a redução nas tensões na Ucrânia e “meios pacíficos e políticos para resolver problemas existentes”.

Os países também se referiram à crise como “doméstica”. Em boa parte no restante do mundo, Putin é acusado de fomentar o sentimento pró-Rússia na vizinha Ucrânia, que já perdeu a península da Crimeia, anexada por Moscou.

China leva vantagem

Havia altas expectativas de que a visita de Putin à China daria condições para ambas as partes fecharem um contrato pelo qual a estatal russa Gazprom forneceria à China National Petroleum 38 bilhões de metros cúbicos de gás natural por 30 anos.

Após mais de uma década de conversas, há uma convergência de interesses, em um momento em que países europeus buscam reduzir a dependência do fornecimento de gás russo em meio à crise na Ucrânia e Pequim procura reduzir o uso de carvão em troca de combustíveis mais limpos.

O fracasso em se chegar a um acordo sugere que a China esteja sendo determinada em sua barganha de preço. “Apesar de toda a negociação da Rússia, apesar de seu desespero, a China tem a vantagem”, disse Gordon Kwan, chefe regional de pesquisa de petróleo e gás da Nomura Research.

“A China quer realmente levar o preço para baixo. A China tem outras opções, tais como o projeto de gás em Sichuan e o gás natural liquefeito norte-americano. Acho que será um erro da Rússia se não puderem chegar a um acordo apenas por causa do preço”, acrescentou.

Mas a Rússia disse que ainda havia chance de que um negócio seja alcançado na China. “A visita ainda não acabou. As conversas vão continuar… progresso significativo foi alcançado, mas ainda é preciso definir o preço”, afirmou o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, a jornalistas.

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Xangai - China e Rússia fracassaram em assinar um acordo de fornecimento de gás avaliado em 400 bilhões de dólares, nesta terça-feira, apesar da crescente urgência para o Kremlin de fechar o negócio em um momento no qual enfrenta isolamento econômico e político do Ocidente por conta da crise na Ucrânia.

Negociadores de ambos os países foram incapazes de superar as diferenças sobre preço, afirmou um porta-voz do presidente Vladimir Putin em Xangai, o que significa que o contrato não foi assinado nesta terça-feira, conforme a previsão de várias pessoas do setor.

Mas ainda haverá uma chance para os dois lados fecharem um acordo antes de Putin deixar a China na quarta-feira, ou, mais provavelmente, a tempo para um fórum econômico na cidade russa de São Petersburgo no fim desta semana.

Apesar do desapontamento criado pelo acordo de energia, visto como essencial para os interesses econômicos de longo prazo de ambos os países, Putin recebeu uma rara indicação de apoio do presidente Chinês Xi Jinping sobre a crise na Ucrânia.

Em um comunicado emitido após encontro entre os dois líderes, Rússia e China pediram a redução nas tensões na Ucrânia e “meios pacíficos e políticos para resolver problemas existentes”.

Os países também se referiram à crise como “doméstica”. Em boa parte no restante do mundo, Putin é acusado de fomentar o sentimento pró-Rússia na vizinha Ucrânia, que já perdeu a península da Crimeia, anexada por Moscou.

China leva vantagem

Havia altas expectativas de que a visita de Putin à China daria condições para ambas as partes fecharem um contrato pelo qual a estatal russa Gazprom forneceria à China National Petroleum 38 bilhões de metros cúbicos de gás natural por 30 anos.

Após mais de uma década de conversas, há uma convergência de interesses, em um momento em que países europeus buscam reduzir a dependência do fornecimento de gás russo em meio à crise na Ucrânia e Pequim procura reduzir o uso de carvão em troca de combustíveis mais limpos.

O fracasso em se chegar a um acordo sugere que a China esteja sendo determinada em sua barganha de preço. “Apesar de toda a negociação da Rússia, apesar de seu desespero, a China tem a vantagem”, disse Gordon Kwan, chefe regional de pesquisa de petróleo e gás da Nomura Research.

“A China quer realmente levar o preço para baixo. A China tem outras opções, tais como o projeto de gás em Sichuan e o gás natural liquefeito norte-americano. Acho que será um erro da Rússia se não puderem chegar a um acordo apenas por causa do preço”, acrescentou.

Mas a Rússia disse que ainda havia chance de que um negócio seja alcançado na China. “A visita ainda não acabou. As conversas vão continuar… progresso significativo foi alcançado, mas ainda é preciso definir o preço”, afirmou o porta-voz de Putin, Dmitry Peskov, a jornalistas.

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