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Da Redação
Publicado em 9 de outubro de 2008 às 11h23.
O acordo firmado entre a Petrobras e o governo da Bolívia de exploração e produção de gás não traz todas as certezas que os investidores na estatal brasileira queriam mas deve ser considerado satisfatório. Para os analistas da Tendências Consultoria, o contrato é positivo em razão da possibilidade que a Petrobras tinha de perder todo seu investimento no vizinho sul-americano.
O documento assinado no fim da noite de sábado, com validade até 2036, deixa, entretanto, indefinidos o preço do gás importado e o valor da indenização das refinarias da companhia brasileira. O prazo para a definição do preço do gás encerra-se em 10 de novembro. Espera-se que não aconteçam alterações na política vigente, de reajuste atrelado aos preços internacionais de uma cesta de combustíveis.
O novo acordo deixa com o governo boliviano metade do faturamento bruto, através do pagamento de impostos e royalties. A outra parte fica para o pagamento dos custos de operação e a amortização do investimento. O lucro será repartido entre a Petrobras e a estatal boliviana Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB).
Mesmo que existam garantias de manutenção da produção, a Petrobras passa a atuar como prestadora de serviços. A estatal, que suspendeu seus investimentos na Bolívia, diz que ainda assim será possível recuperar os investimentos feitos no país e garantir a manutenção do abastecimento do mercado brasileiro. Hoje, cerca de metade do gás consumido no Brasil tem origem boliviana.