Economia

A poucos dias do Ano Novo, EUA tentam evitar 'abismo fiscal'

Obama ligou para líderes democratas e republicanos na Câmara dos Representantes e no Senado para alcançar um pacto

Obama discursa na Casa Branca: Obama também disse que republicanos e democratas diminuíram suas diferenças sobre como evitar o abismo fiscal (©afp.com / Mandel Ngan)

Obama discursa na Casa Branca: Obama também disse que republicanos e democratas diminuíram suas diferenças sobre como evitar o abismo fiscal (©afp.com / Mandel Ngan)

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Da Redação

Publicado em 27 de dezembro de 2012 às 21h55.

Washington - O pessimismo se apoderou de Washington nesta quinta-feira enquanto o presidente Barack Obama e o Senado democrata tentam convencer os republicanos a aceitarem no domingo, 30 de dezembro, um acordo que evite o temido 'abismo fiscal'.

Obama, que hoje retornou do Havaí após interromper prematuramente suas férias, ligou para líderes democratas e republicanos na Câmara dos Representantes e no Senado para alcançar um pacto que evite um aumento de impostos generalizado e a execução de duros cortes que devolveriam os Estados Unidos à recessão.

O desalento era patente hoje na volta ao trabalho do Senado, especialmente no líder da maioria democrata da câmara alta, Harry Reid, que disse que, tendo em vista o calendário e o imobilismo republicano, tudo indica que a primeira economia mundial está com um pé no vazio do 'abismo fiscal'.

'Parece que é para ali (o abismo fiscal) que estamos indo', afirmou Reid ao abrir uma sessão na qual acusou os líderes republicanos no Senado e na Câmara dos Representantes de não pôr sobre a mesa um plano que possa tranquilizar os ânimos dos americanos, dos mercados e de toda a economia global.

Segundo revelou o senador democrata Dick Durbin, Obama deve reunir-se pessoalmente amanhã com os líderes democratas e republicanos das duas câmaras do Congresso, em um encontro que pode ser definitivo para desbloquear negociações que poderiam se estender até o último dia do ano.

O resultado dessa reunião seria fundamental para que o Senado envie à câmara baixa 'na última hora' um acordo que possa ser aceito por ambas partes.

A Câmara dos Representantes se reunirá de maneira extraordinária no domingo, 30 de dezembro, a apenas 48 horas da entrada em vigor dos cortes e dos aumentos de impostos equivalentes a cerca de US$ 600 bilhões de dólares que nenhum dos partidos deseja.


Reid subiu o tom hoje contra o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano John Boehner, por manter seus companheiros de partido 'sob uma ditadura' para que se neguem a aceitar um aumento dos impostos aos mais ricos.

Boehner disse hoje em uma teleconferência com congressistas republicanos, à qual teve acesso a revista 'Politico', que estão esperando uma proposta do Senado e que não aceitarão um plano que divida o partido republicano, no qual há facções que se opõem a qualquer alta da pressão fiscal às rendas mais altas.

Obama e os democratas seguem exigindo que se permita o fim das isenções fiscais aprovadas durante o mandato de George W. Bush para as receitas superiores a US$ 250 mil anuais e se mantenham apenas para a classe média, enquanto os republicanos pedem que continuem para todos.

Para Obama, o aumento da arrecadação fiscal é um complemento essencial a novos cortes que permitam reduzir o déficit e pôr a dívida no caminho descendente em longo prazo.

Por sua parte, Reid acusou Boehner de preocupar-se mais com seu futuro político como presidente da Câmara dos Representantes que com a saúde econômica do país.

A incerteza também está começando a abalar Wall Street, que até o momento se mostrou confiante em um acordo, e hoje o índice Dow Jones de Nova York caiu 0,14% no fechamento.

Enquanto isso, os congressistas seguem culpando uns aos outros por uma falta de acordo que elevaria os impostos de maneira generalizada e executaria fortes cortes, estipulados no verão de 2011 como medida de pressão para que se elaborasse uma estratégia de longo prazo.

O líder da minoria republicana no Senado, Mitch McConnell, comentou que ainda há tempo de evitar uma 'totalmente evitável crise econômica', mas ressaltou que não vão 'assinar um cheque em branco para os democratas, somente porque nos encontremos à beira do precipício'. EFE

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