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5 setores que estão sentindo na pele o pessimismo com a economia global

Empresas anunciam lucros menores em meio a brigas comerciais e China mais fraca; Apple reduziu projeção de vendas pela primeira vez em duas décadas

Loja da Apple em Beijing, na China: empresa diz que não antecipou nível da desaceleração nos emergentes (Giulia Marchi/Bloomberg)

João Pedro Caleiro

Publicado em 14 de janeiro de 2019 às 16h46.

Guerras comerciais , desaceleração da China , mercados de ações erráticos: as perspectivas estão ficando mais sombrias para um número crescente de empresas em todo o mundo.

Na quinta-feira, mais de meia dezena de corporações gigantes diminuíram suas previsões de lucro, anunciaram grandes cortes de empregos ou descartaram planos diante da volatilidade do mercado.

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American Airlines Group, Jaguar Land Rover, Macy’s e BlackRock estão entre as maiores vítimas, junto com empresas como Apple e FedEx, que alertaram recentemente que o futuro não está tão bom quanto parecia apenas algumas semanas atrás.

O ano começou há apenas 10 dias. A seguir, uma lista de algumas das principais indústrias afetadas pela crise atual:

Transporte

As companhias aéreas dos EUA estão enfrentando uma perspectiva desanimadora porque a incerteza econômica ameaça a demanda. A redução da estimativa da American Airlines de um indicador fundamental do poder de precificação, na quinta-feira, seguiu uma medida similar tomada pela Delta Air Lines no início do ano. E isso foi antes de contabilizar uma paralisação parcial do governo dos EUA.

 

 

Carros

Para quem procura sinais de que o setor automobilístico pode estar se dirigindo para outra crise depois de um boom prolongado na Europa e nos EUA, a quinta-feira ofereceu um vislumbre do que pode vir por aí: em questão de horas, a Jaguar e a Ford Motor anunciaram grandes programas de corte de despesas.

Como parte de uma revisão geral de seus negócios na Europa, que poderia incluir o fechamento de fábricas, a Ford tomou as medidas mais agressivas da região até agora. A Jaguar, a maior montadora do Reino Unido, a seguiu, com um plano de 4.500 demissões, cerca de 10 por cento de sua força de trabalho global. Os culpados, de acordo com a Jaguar: o Brexit, a demanda fraca por veículos movidos a diesel e uma desaceleração na China.

Varejo e luxo

O setor de varejo também mostra sinais de sofrimento em todos os continentes. Os desafios têm raízes diferentes, mas uma coisa é certa: a desaceleração econômica da China afeta principalmente marcas de luxo como a Tiffany & Co. e a LVMH, a proprietária da Louis Vuitton.

A Tiffany afirmou na semana passada que suas vendas mais fracas do que o esperado mostraram um “padrão claro” de compradores chineses que cortam gastos quando estão no exterior.

Finanças

Os gerentes de ativos estão sob pressão porque a volatilidade atrapalha os mercados e os investidores injetam muito dinheiro em fundos com taxas baixas.

A BlackRock foi a mais recente empresa a anunciar uma redução em sua força de trabalho, na quinta-feira, com um plano para dispensar 500 funcionários, ou 3 por cento globalmente, nas próximas semanas. Essa é a maior redução do número de funcionários da BlackRock desde 2016.

Tecnologia

A maior surpresa negativa de 2019 foi a redução da previsão de vendas publicada pela Apple em 3 de janeiro, a primeira vez em quase duas décadas que a empresa diminuiu sua projeção. A empresa afirmou que não previu a magnitude da desaceleração econômica nos mercados emergentes, particularmente na China.

Houve sinais de advertência, já que vários fornecedores importantes da Apple reduziram suas próprias estimativas nos meses anteriores. Mas o anúncio da Apple repercutiu em todo o setor.

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