380 mil empresas demitiram em julho; 70,8% delas, até 25% do pessoal
Cerca de 47,3% dos negócios em funcionamento reportaram dificuldades em realizar pagamentos de rotina na primeira quinzena do mês, segundo pesquisa do IBGE
Estadão Conteúdo
Publicado em 18 de agosto de 2020 às 11h22.
Última atualização em 18 de agosto de 2020 às 15h10.
Na primeira quinzena de julho, 380 mil empresas reduziram a quantidade de empregados em relação à segunda quinzena do mês anterior, sendo que 70,8% delas diminuíram em até 25% o quadro de pessoal. Os dados são da Pesquisa Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas Empresas, que integram as Estatísticas Experimentais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
A maioria das empresas em funcionamento, 80,7% delas, o equivalente a 2,2 milhões de companhias, manteve o número de funcionários na primeira quinzena de julho em relação à quinzena anterior. Uma fatia de 13,5% indicaram demissões, e 5,3% aumentaram o número de empregados.
Na primeira quinzena de julho, 47,4% das empresas em funcionamento não tiveram alteração significativa na sua capacidade de fabricar produtos ou atender clientes, mas 41,2% relataram dificuldades, enquanto 11,3% registraram facilidades.
Quanto ao acesso aos fornecedores, 51,8% não perceberam alteração significativa, mas 38,6% tiveram dificuldades.
Cerca de 47,3% das empresas em funcionamento reportaram dificuldades em realizar pagamentos de rotina na primeira quinzena de julho, enquanto 46,3% consideraram que não houve alteração significativa.
Entre as ações adotadas para atenuar os efeitos da pandemia do novo coronavírus nos negócios, 86,7% das empresas em funcionamento declararam ter implementado ações de prevenção e manutenção de medidas extras de higiene.
Entre as empresas em funcionamento, 38,7% mantiveram funcionários em trabalho domiciliar (teletrabalho, trabalho remoto e trabalho à distância), e 22,4% anteciparam férias dos empregados.
Uma fatia de 32,0% das empresas declarou ter alterado o método de entrega de seus produtos ou serviços, enquanto 18,0% lançaram ou passaram a comercializar novos produtos ou serviços na primeira quinzena de julho.
Entre as companhias em atividade, 37,6% adiaram o pagamento de impostos e 12,8% conseguiram uma linha de crédito emergencial para o pagamento da folha salarial.
Na primeira quinzena de julho, 34,8% das empresas afirmaram que foram apoiadas pela autoridade governamental na adoção de medidas emergenciais contra a pandemia, contra uma fatia de 39 2% das companhias na quinzena anterior.
Essa percepção de apoio dos governos foi mais elevada entre as companhias que adiaram o pagamento de impostos (65,4% delas) e entre as que conseguiram linhas de crédito para o pagamento da folha salarial (80,6%).