Economia

3 medidas dos bancos centrais que poderiam estimular a economia

Taxas mais baixas e flexibilização do crédito estão entre as medidas, segundo relatório do Citi

"No Japão e na Zona do Euro, a independência do banco central tende a ser interpretada por eles como não atender ao telefone quando as autoridades fiscais ligam”, afirma o relatório (Pedro Armestre/AFP)

"No Japão e na Zona do Euro, a independência do banco central tende a ser interpretada por eles como não atender ao telefone quando as autoridades fiscais ligam”, afirma o relatório (Pedro Armestre/AFP)

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Da Redação

Publicado em 16 de maio de 2012 às 17h23.

São Paulo – Para o Citi, ainda há muitas ações que os Bancos Centrais dos Estados Unidos, do Japão, do Reino Unido e da zona do euro poderiam e deveriam tomar para estimular a economia. Entre as medidas, O relatório assinado pelos analistas Willem Buiter e Ebrahim Rahbari defende que, na zona do euro e no Reino Unido, os bancos centrais deveriam baixas as taxas para zero  - e novas formas de flexibilização do crédito deveriam ser decretadas.

Como primeira medida, o relatório propõe uma redução de impostos, inicialmente, diminuindo-os até zero (na zona do euro e no Reino Unido), depois eliminando o limite mínimo nas taxas de juros nominais, nas quatro áreas monetárias. “Não vemos eficiência ou justiça no argumento de que o preço de pegar dinheiro emprestado deve sempre ser positivo”, afirma o relatório.

A segunda ação que os bancos centrais poderiam tomar seria implementar formas mais produtivas de flexibilização monetária quantitativa e flexibilização do crédito, nas quatro áreas monetárias, concentrando-se em compras diretas e/ou empréstimos seguros ante ações de maior risco de crédito e menor liquidez, sujeita a uma garantia soberana por todo o risco a que o banco central fica exposto.

Os bancos centrais também deveriam se engajar no ‘helicopter money drops”, para estimular a demanda. “Helicopter money drops”, como descrito por Milton Friedman, é uma combinação de estímulos fiscal e monetário. Essa ação consiste em cortes temporários de taxas, aumentos na transferência de pagamentos ou um impulso nos gastos públicos (incluindo investimentos em infraestrutura), financiado por aumentos permanentes na base monetária. “Isso sempre será efetivo se implementado em escala adequada”, segundo o relatório, que defende que essa ação não implica em enfraquecer os incentivos para que os governos cuidem prudentemente de suas finanças.

Essa política não é difícil de implementar, desde que haja cooperação entre o Banco Central e o Tesouro, defende o relatório. “No Japão e na Zona do Euro, a independência do banco central tende a ser interpretada por eles como não atender ao telefone quando as autoridades fiscais ligam”, afirma o relatório. Essa rejeição à cooperação entre autoridades fiscais e monetárias e de coordenação entre políticas fiscais e monetárias reflete um entendimento errado de liberdade, segundo o Citi. 

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