É hora de empreender
Será que existe um “melhor momento” para se abrir um negócio? Seriam estes tempos de pandemia a hora certa?
Leonardo Barci
Publicado em 14 de setembro de 2020 às 04h00.
Há algum tempo publiquei no meu blog pessoal um post com o título “ E agora José, cadê Deus? ”
Acho que me lembrei do texto pelo momento em que vivemos e pelo crescente número de pessoas que tem buscado temas ligados a filosofia e espiritualidade.
Não posso dizer que o blog seja um espaço de grandes ensaios literários, mas foi a forma que encontrei de ‘tirar do caminho’ aquelas ideias que teimam em me incomodar.
A pedra que apertava o meu sapato quando escrevi o texto, era sobre a ligação entre nossas escolhas e o impacto ao nosso redor. Havia me dado conta de que foram mais de 500 trechos aéreos em pouco mais de 10 anos – uma relativa pegada pessoal de carbono.
Cada um de nós, sabendo ou não, gera algum tipo de impacto no ambiente que nos cerca. Seja pela influência de nossas ideias e opiniões, seja por aquilo que fazemos ou deixamos de fazer, mas em nosso contexto aqui no blog, por aquilo que consumimos e das relações entre empresa e clientes.
Não há dúvida de que os tempos são desafiadores. As escolas ainda não voltaram (pelo menos na maior parte do país), a economia anda de lado, a inflação tem subido (estranhamente na minha opinião), a renda média já caiu, e mais uma série de dúvidas e angústias pairam no ar. Seria o enredo de um filme trágico, se tudo isso não estivesse tão perto de nós.
Em por falar em filme, esse cenário despótico que vivemos me lembra do longa sobre a queda da bolsa americana em 2008. O filme “ A Grande Aposta ”, estrelado por Christian Bale (aquele do Batman), conta a história de um gerente de fundos de investimento que aposta contra a bolsa de valores, e acerta em cheio. A cena final me remete na direção contrária do ditado popular que diz que “bons empresários prosperam na adversidade”. Embora o gerente tenha acertado sua aposta, sua expressão não era de alguém pulando de alegria por grandes feitos. Quando se ganha com a desgraça alheia, não é exatamente um bom motivo para se comemorar.
Tenho visto muita conversa sobre “é hora de mostrar quem é bom”. Me parece que precisamos de mais humanidade e compaixão e menos oportunismo.
Na minha opinião, bons empresários contribuem para uma sociedade melhor. Não é nada miraculoso ou longe do alcance do simples mortal: começa pelo básico de pagar os impostos, respeitar os acordos, tratar bem e adequadamente os funcionários, entregar ao cliente aquilo que se promete pelo preço justo.
O desafio no momento é que mais de 6 meses de isolamento já foi tempo suficiente para que cada um reflita sobre suas próprias escolhas. É mais ou menos aquele cenário do sujeito que recebeu a notícia que tem pouco tempo de vida e decide finalmente realizar seus sonhos.
É hora de empreender não porque ‘o mundo está acabando’, mas porque é uma excelente oportunidade de construir um novo mundo a partir de necessidades prementes que estão ficando cada vez mais claras, tanto das pessoas (os clientes no caso) quanto da sociedade como um todo.
Sim, estamos vendo um número crescente de calamidades e desatinos. Mas, se prestarmos real atenção, não é nada muito novo. A diferença é que agora estamos mais sensíveis para os problemas sociais. Talvez porque tenhamos dado conta de que o “social” é, precisamente, a soma de cada um de nós.
Um bom empreendedor tem a capacidade e a sensibilidade de se colocar no lugar do cliente e compreender o que ele está passando e o que realmente precisa. Você pode entregar algo que atenda a curto prazo sua necessidade, mas que o debilite como indivíduo (como o caso extremo de uma droga) ou o seu negócio pode melhorar a qualidade de vida do cliente por muito tempo.
Nos últimos anos tem se falado muito sobre o empreendedor social. Entendo que todo bom empreendedor é, em essência, um empreendedor social. Se ele resolve adequadamente a necessidade de seu cliente e ainda como resultado desta transação torna nossa sociedade um lugar melhor, então ele é um agente de uma “conta positiva” nesta balança.
A fórmula ainda é a mesma, um objetivo nobre, respeito e atenção ao cliente e uma estrutura (pessoas, processos e tecnologia) que suportem este caminho.
Há algum tempo publiquei no meu blog pessoal um post com o título “ E agora José, cadê Deus? ”
Acho que me lembrei do texto pelo momento em que vivemos e pelo crescente número de pessoas que tem buscado temas ligados a filosofia e espiritualidade.
Não posso dizer que o blog seja um espaço de grandes ensaios literários, mas foi a forma que encontrei de ‘tirar do caminho’ aquelas ideias que teimam em me incomodar.
A pedra que apertava o meu sapato quando escrevi o texto, era sobre a ligação entre nossas escolhas e o impacto ao nosso redor. Havia me dado conta de que foram mais de 500 trechos aéreos em pouco mais de 10 anos – uma relativa pegada pessoal de carbono.
Cada um de nós, sabendo ou não, gera algum tipo de impacto no ambiente que nos cerca. Seja pela influência de nossas ideias e opiniões, seja por aquilo que fazemos ou deixamos de fazer, mas em nosso contexto aqui no blog, por aquilo que consumimos e das relações entre empresa e clientes.
Não há dúvida de que os tempos são desafiadores. As escolas ainda não voltaram (pelo menos na maior parte do país), a economia anda de lado, a inflação tem subido (estranhamente na minha opinião), a renda média já caiu, e mais uma série de dúvidas e angústias pairam no ar. Seria o enredo de um filme trágico, se tudo isso não estivesse tão perto de nós.
Em por falar em filme, esse cenário despótico que vivemos me lembra do longa sobre a queda da bolsa americana em 2008. O filme “ A Grande Aposta ”, estrelado por Christian Bale (aquele do Batman), conta a história de um gerente de fundos de investimento que aposta contra a bolsa de valores, e acerta em cheio. A cena final me remete na direção contrária do ditado popular que diz que “bons empresários prosperam na adversidade”. Embora o gerente tenha acertado sua aposta, sua expressão não era de alguém pulando de alegria por grandes feitos. Quando se ganha com a desgraça alheia, não é exatamente um bom motivo para se comemorar.
Tenho visto muita conversa sobre “é hora de mostrar quem é bom”. Me parece que precisamos de mais humanidade e compaixão e menos oportunismo.
Na minha opinião, bons empresários contribuem para uma sociedade melhor. Não é nada miraculoso ou longe do alcance do simples mortal: começa pelo básico de pagar os impostos, respeitar os acordos, tratar bem e adequadamente os funcionários, entregar ao cliente aquilo que se promete pelo preço justo.
O desafio no momento é que mais de 6 meses de isolamento já foi tempo suficiente para que cada um reflita sobre suas próprias escolhas. É mais ou menos aquele cenário do sujeito que recebeu a notícia que tem pouco tempo de vida e decide finalmente realizar seus sonhos.
É hora de empreender não porque ‘o mundo está acabando’, mas porque é uma excelente oportunidade de construir um novo mundo a partir de necessidades prementes que estão ficando cada vez mais claras, tanto das pessoas (os clientes no caso) quanto da sociedade como um todo.
Sim, estamos vendo um número crescente de calamidades e desatinos. Mas, se prestarmos real atenção, não é nada muito novo. A diferença é que agora estamos mais sensíveis para os problemas sociais. Talvez porque tenhamos dado conta de que o “social” é, precisamente, a soma de cada um de nós.
Um bom empreendedor tem a capacidade e a sensibilidade de se colocar no lugar do cliente e compreender o que ele está passando e o que realmente precisa. Você pode entregar algo que atenda a curto prazo sua necessidade, mas que o debilite como indivíduo (como o caso extremo de uma droga) ou o seu negócio pode melhorar a qualidade de vida do cliente por muito tempo.
Nos últimos anos tem se falado muito sobre o empreendedor social. Entendo que todo bom empreendedor é, em essência, um empreendedor social. Se ele resolve adequadamente a necessidade de seu cliente e ainda como resultado desta transação torna nossa sociedade um lugar melhor, então ele é um agente de uma “conta positiva” nesta balança.
A fórmula ainda é a mesma, um objetivo nobre, respeito e atenção ao cliente e uma estrutura (pessoas, processos e tecnologia) que suportem este caminho.