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Educação: o que ainda falta para normalizar a liderança feminina no ambiente de trabalho

Ainda é preciso investir em diferentes frentes de aprendizado, para tornar o raro cada vez mais comum no dia a dia

Liderança feminina (fizkes/Getty Images)
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 20 de setembro de 2024 às 13h34.

Última atualização em 20 de setembro de 2024 às 15h03.

Por Tati Oliva, sócia-fundadora da Cross Networking e sócia da Holding Clube

A liderança feminina tem se tornado um tema cada vez mais presente nas discussões sobre diversidade e inclusão no mundo real e, claro, nas redes sociais. No scroll diário podemos assistir desde posicionamentos que nos surpreendem e intrigam pela miopia e superficialidade até a declarações que encorajam, provocam e abrem espaço à reflexão e dão um empurrão rumo ao autoconhecimento.

No Brasil, embora avanços significativos tenham sido feitos, as mulheres ainda enfrentam barreiras consideráveis mesmo quando já estão em cargos de C-level ou de gerência. Imagina, então, para quem está em começo de carreira? Precisamos analisar os desafios persistentes às diversas iniciativas de melhorar a representatividade feminina, independente do organograma empresarial. Além disso, ainda faltam mais estratégias eficientes e sustentáveis para inspirar mais e mais mulheres a liderarem o cenário trabalhista que tem potencial para ser mais igualitário.

Por conviver com diferentes gerações dentro da Cross Networking e com as equipes das marcas que trabalho, costumo observar se os times são liderados por mulheres e como cada integrante reage quando a resposta é positiva. Ultimamente, concluo que a liderança feminina traz mais unidade para o time e isso está relacionado com a empatia, respeito e humanidade.

Segundo o relatório Women in the Workplace, de 2023, feito pela McKinsey & Company, o número de mulheres em cargos de diretoria aumentou de 17% para 28% desde 2015 e a representação de mulheres na vice-presidência e em cargos executivos de alto nível também melhorou significativamente. Além disso, de acordo com o Índice Global de Disparidade de Gênero 2024, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, empresas governadas por mulheres têm resultados até 20% melhores. A inclusão de mulheres em cargos de destaque não é apenas uma questão de igualdade, mas tem se tornado uma estratégia de negócios fundamental para o sucesso sustentável.

Se essa diversidade de gênero na liderança traz uma série de vantagens econômicas e organizacionais do ponto de vista empresarial, é preciso ampliar esforços para mudar o cenário também na base, nos níveis júnior e de estagiário. E, para mim, tudo começa pela educação.

Por crescer em uma família de mulheres fortes, independentes e que não cansam de estudar para se manterem atualizadas, faço questão de passar esses valores para as pessoas que estão na minha equipe. Como líder e gestora de operações diárias, sou a primeira a encorajar cursos livres, pós-graduações e tantas outras oportunidades de adquirir conhecimento. Além disso, gosto de estar em contato com as novas gerações, de ouvidos bem abertos, para aprender com eles. Neste momento, os experientes também precisam ser aprendizes – a troca de conhecimento intergeracional nunca foi tão importante. Eles me atualizam e eu trago experiências anteriores para a mesa, em uma relação de ganha-ganha.

Em termos de empatia, precisamos de um investimento importante em educação emocional. Um profissional que conhece suas emoções e consegue regulá-las tende a alcançar mais conquistas e manter a saúde mental em dia. Passei por muitos desafios pessoais e profissionais para alcançar o que alcancei e procuro manter um ambiente seguro e acolhedor, onde aprendemos a lidar com o emocional da mesma forma que lidamos com a parte técnica.

Como fundadora de uma empresa que acelera negócios por meio das parcerias, uma das minhas obrigações é facilitar o acesso a redes de contato profissionais, tanto dentro quanto fora da empresa. Com o networking bem feito e seguro, as mulheres podem trocar experiências e construir relacionamentos que favoreçam seu crescimento.

Melhorar a liderança feminina no Brasil exige um compromisso firme e contínuo das empresas e da sociedade como um todo. Ao reconhecer e combater o viés de gênero, investir na educação como parte do desenvolvimento profissional e oferecer suporte e flexibilidade, podemos criar um ambiente onde as mulheres possam prosperar como líderes e se inspirar para alcançar os cargos que quiserem. A diversidade de pensamento e experiência que a liderança feminina traz não é apenas benéfica para as empresas, mas essencial para o progresso e inovação em um mundo cada vez mais complexo e globalizado.

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Por Tati Oliva, sócia-fundadora da Cross Networking e sócia da Holding Clube

A liderança feminina tem se tornado um tema cada vez mais presente nas discussões sobre diversidade e inclusão no mundo real e, claro, nas redes sociais. No scroll diário podemos assistir desde posicionamentos que nos surpreendem e intrigam pela miopia e superficialidade até a declarações que encorajam, provocam e abrem espaço à reflexão e dão um empurrão rumo ao autoconhecimento.

No Brasil, embora avanços significativos tenham sido feitos, as mulheres ainda enfrentam barreiras consideráveis mesmo quando já estão em cargos de C-level ou de gerência. Imagina, então, para quem está em começo de carreira? Precisamos analisar os desafios persistentes às diversas iniciativas de melhorar a representatividade feminina, independente do organograma empresarial. Além disso, ainda faltam mais estratégias eficientes e sustentáveis para inspirar mais e mais mulheres a liderarem o cenário trabalhista que tem potencial para ser mais igualitário.

Por conviver com diferentes gerações dentro da Cross Networking e com as equipes das marcas que trabalho, costumo observar se os times são liderados por mulheres e como cada integrante reage quando a resposta é positiva. Ultimamente, concluo que a liderança feminina traz mais unidade para o time e isso está relacionado com a empatia, respeito e humanidade.

Segundo o relatório Women in the Workplace, de 2023, feito pela McKinsey & Company, o número de mulheres em cargos de diretoria aumentou de 17% para 28% desde 2015 e a representação de mulheres na vice-presidência e em cargos executivos de alto nível também melhorou significativamente. Além disso, de acordo com o Índice Global de Disparidade de Gênero 2024, divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, empresas governadas por mulheres têm resultados até 20% melhores. A inclusão de mulheres em cargos de destaque não é apenas uma questão de igualdade, mas tem se tornado uma estratégia de negócios fundamental para o sucesso sustentável.

Se essa diversidade de gênero na liderança traz uma série de vantagens econômicas e organizacionais do ponto de vista empresarial, é preciso ampliar esforços para mudar o cenário também na base, nos níveis júnior e de estagiário. E, para mim, tudo começa pela educação.

Por crescer em uma família de mulheres fortes, independentes e que não cansam de estudar para se manterem atualizadas, faço questão de passar esses valores para as pessoas que estão na minha equipe. Como líder e gestora de operações diárias, sou a primeira a encorajar cursos livres, pós-graduações e tantas outras oportunidades de adquirir conhecimento. Além disso, gosto de estar em contato com as novas gerações, de ouvidos bem abertos, para aprender com eles. Neste momento, os experientes também precisam ser aprendizes – a troca de conhecimento intergeracional nunca foi tão importante. Eles me atualizam e eu trago experiências anteriores para a mesa, em uma relação de ganha-ganha.

Em termos de empatia, precisamos de um investimento importante em educação emocional. Um profissional que conhece suas emoções e consegue regulá-las tende a alcançar mais conquistas e manter a saúde mental em dia. Passei por muitos desafios pessoais e profissionais para alcançar o que alcancei e procuro manter um ambiente seguro e acolhedor, onde aprendemos a lidar com o emocional da mesma forma que lidamos com a parte técnica.

Como fundadora de uma empresa que acelera negócios por meio das parcerias, uma das minhas obrigações é facilitar o acesso a redes de contato profissionais, tanto dentro quanto fora da empresa. Com o networking bem feito e seguro, as mulheres podem trocar experiências e construir relacionamentos que favoreçam seu crescimento.

Melhorar a liderança feminina no Brasil exige um compromisso firme e contínuo das empresas e da sociedade como um todo. Ao reconhecer e combater o viés de gênero, investir na educação como parte do desenvolvimento profissional e oferecer suporte e flexibilidade, podemos criar um ambiente onde as mulheres possam prosperar como líderes e se inspirar para alcançar os cargos que quiserem. A diversidade de pensamento e experiência que a liderança feminina traz não é apenas benéfica para as empresas, mas essencial para o progresso e inovação em um mundo cada vez mais complexo e globalizado.

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