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Professora Yvonne Maggie é eleita uma das pessoas mais influentes do Brasil pela revista Época

A revista Época divulgou o resultado de sua eleição dos “100 brasileiros mais influentes de 2009″. Entre os nomes está o da Professora Yvonne Maggie, na categoria “Guias e Pensadores”. O testimonial é assinado por José Vicente Ribeiro, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares: O blog No Race BR publicou um texto do advogado José Roberto Militão em  homenagem à  professora: “Prezados companheiros desse canal ´contra a racialização do Brasil´ […] Leia mais

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Da Redação

Publicado em 9 de dezembro de 2009 às 10h59.

Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 12h37.

A revista Época divulgou o resultado de sua eleição dos “100 brasileiros mais influentes de 2009″. Entre os nomes está o da Professora Yvonne Maggie, na categoria “Guias e Pensadores”. O testimonial é assinado por José Vicente Ribeiro, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares:

O blog No Race BR publicou um texto do advogado José Roberto Militão em  homenagem à  professora:

“Prezados companheiros desse canal ´contra a racialização do Brasil´ venho neste post consignar que a história política e social do Brasil registrará que nós afro-brasileiros, pretos e pardos, que não vivemos de e para o racialismo, louvamos o ativismo intelectual da Doutora Yvonne Maggie, reconhecida em nível nacional.

Como paradigma histórico, lembro que no auge do movimento abolicionista – 1870 a 1888 – foram intelectuais não-negros do porte de Joaquim Nabuco, Olavo Bilac, Antonio Bento, Castro Alves e outros, como o maranhense Aluisio de Azevedo (`O Mulato´) quem fizeram através das letras e do ativismo político, ressoar a voz inconformada da maioria da nação contra o cruel e degradante regime da escravidão. Eles foram irmanados por pretos e pardos livres como André Rebouças, José do Patrocínio e o grande Luis Gama. Curiosamente, a história não noticia a presença relevante de alforriados… ou seja, de pretos e pretas, mais espertos que comiam na Casa Grande e traiam a Senzala. Qualquer semelhança com os ongueiros e ´assessores´ em cargos públicos de hoje, defensores da divisão racial para seus interesses pessoais, não é, pois, mera coincidência: os alforriados, confortáveis não lutaram pelo fim da escravidão. Os de hoje, assalariados, não querem o fim do racismo: querem viver em função dele.

Para nós ativistas contra o racialismo, brancos, pardos e pretos, Yvonne é um exemplar estímulo para a luta sofisticada das idéias embasadas em conhecimento que na prática personifica a máxima guevariana que deve nos orientar contra os defensores da ´raça´ estatal: ser firme, duros, se e quando necessário, sem perder a ternura, jamais!

Desprovida de qualquer arrogância intelectual, Yvonne pratica a esgrima dos argumentos cultos e irrespondíveis, e, sem erguer a voz, desnuda a falácia do racialismo. A violência verbal ou real, através de agressões às pessoas e não aos argumentos, é monopólio condizente a quem semeia o ódio e a divisão racial dos brasileiros e espera colher seus venenosos frutos políticos, mesmo que seja pela artificial re-fundação de uma nação bi-color, re-criando uma ´raça negra´ estatal, a mesma outorgada em 1755 pelo Marquez de Pombal, que nós, afro-brasileiros, homens e mulheres ´de cor´, vítimas históricas do racismo, por isso mesmo, repudiamos.

Parabéns Yvonne!

José Roberto F. Militão, advogado civilista, membro efetivo da Comissão de Assuntos AntiDiscriminatórios – CONAD-OAB/SP

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A revista Época divulgou o resultado de sua eleição dos “100 brasileiros mais influentes de 2009″. Entre os nomes está o da Professora Yvonne Maggie, na categoria “Guias e Pensadores”. O testimonial é assinado por José Vicente Ribeiro, reitor da Faculdade Zumbi dos Palmares:

O blog No Race BR publicou um texto do advogado José Roberto Militão em  homenagem à  professora:

“Prezados companheiros desse canal ´contra a racialização do Brasil´ venho neste post consignar que a história política e social do Brasil registrará que nós afro-brasileiros, pretos e pardos, que não vivemos de e para o racialismo, louvamos o ativismo intelectual da Doutora Yvonne Maggie, reconhecida em nível nacional.

Como paradigma histórico, lembro que no auge do movimento abolicionista – 1870 a 1888 – foram intelectuais não-negros do porte de Joaquim Nabuco, Olavo Bilac, Antonio Bento, Castro Alves e outros, como o maranhense Aluisio de Azevedo (`O Mulato´) quem fizeram através das letras e do ativismo político, ressoar a voz inconformada da maioria da nação contra o cruel e degradante regime da escravidão. Eles foram irmanados por pretos e pardos livres como André Rebouças, José do Patrocínio e o grande Luis Gama. Curiosamente, a história não noticia a presença relevante de alforriados… ou seja, de pretos e pretas, mais espertos que comiam na Casa Grande e traiam a Senzala. Qualquer semelhança com os ongueiros e ´assessores´ em cargos públicos de hoje, defensores da divisão racial para seus interesses pessoais, não é, pois, mera coincidência: os alforriados, confortáveis não lutaram pelo fim da escravidão. Os de hoje, assalariados, não querem o fim do racismo: querem viver em função dele.

Para nós ativistas contra o racialismo, brancos, pardos e pretos, Yvonne é um exemplar estímulo para a luta sofisticada das idéias embasadas em conhecimento que na prática personifica a máxima guevariana que deve nos orientar contra os defensores da ´raça´ estatal: ser firme, duros, se e quando necessário, sem perder a ternura, jamais!

Desprovida de qualquer arrogância intelectual, Yvonne pratica a esgrima dos argumentos cultos e irrespondíveis, e, sem erguer a voz, desnuda a falácia do racialismo. A violência verbal ou real, através de agressões às pessoas e não aos argumentos, é monopólio condizente a quem semeia o ódio e a divisão racial dos brasileiros e espera colher seus venenosos frutos políticos, mesmo que seja pela artificial re-fundação de uma nação bi-color, re-criando uma ´raça negra´ estatal, a mesma outorgada em 1755 pelo Marquez de Pombal, que nós, afro-brasileiros, homens e mulheres ´de cor´, vítimas históricas do racismo, por isso mesmo, repudiamos.

Parabéns Yvonne!

José Roberto F. Militão, advogado civilista, membro efetivo da Comissão de Assuntos AntiDiscriminatórios – CONAD-OAB/SP

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