Magnoli: "As ditaduras sempre preferiram a censura".
A ANJ publicou uma entrevista com Demétrio Magnoli sobre liberdade de imprensa. O sociólogo fala sobre a evolução histórica da liberdade de expressão, explica o porquê da atual proliferação de eventos em relação a este tema e fala também sobre eleições e liberdade de imprensa no Brasil: “Nas democracias restritas, frequentemente, a própria imprensa é restrita, quer dizer, ela representa muito estreitamente os interesses dos grupos que participam desse sistema […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 4 de maio de 2010 às 17h39.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 11h56.
A ANJ publicou uma entrevista com Demétrio Magnoli sobre liberdade de imprensa. O sociólogo fala sobre a evolução histórica da liberdade de expressão, explica o porquê da atual proliferação de eventos em relação a este tema e fala também sobre eleições e liberdade de imprensa no Brasil:
“Nas democracias restritas, frequentemente, a própria imprensa é restrita, quer dizer, ela representa muito estreitamente os interesses dos grupos que participam desse sistema político limitado. Se você tomar o panorama da imprensa em vários países da América Latina, você vai ver uma imprensa pouco plural, que, na verdade, acaba refletindo interesses desses grupos de elite, com exceções interessantes, em quase todos países. Então, essa imprensa é uma vítima fácil da ascensão de um caudilho, da ascensão de um governo que se proclama um governo revolucionário bolivariano, como no caso do governo Chávez. É também por isso que as coisas são diferentes no Brasil, que saiu da ditadura criando uma democracia ampla, e criando uma legitimidade muito grande para as instituições democráticas. A gente, frequentemente, não percebe isso, mas a ideia de que deve existir liberdade de expressão, deve existir liberdade de imprensa, é uma ideia muito disseminada no Brasil, inclusive no ponto de vista popular. Uma pesquisa recente, encomendada e publicada pelo “O Estado de S. Paulo” mostra isso, como esses valores se disseminaram rapidamente no Brasil. É também por isso que a ideia de restringir a liberdade de imprensa no Brasil é uma ideia muito difícil de ir à prática, quer dizer, ela encontra muitas resistências.”
Confira a entrevista na íntegra aqui.
A ANJ publicou uma entrevista com Demétrio Magnoli sobre liberdade de imprensa. O sociólogo fala sobre a evolução histórica da liberdade de expressão, explica o porquê da atual proliferação de eventos em relação a este tema e fala também sobre eleições e liberdade de imprensa no Brasil:
“Nas democracias restritas, frequentemente, a própria imprensa é restrita, quer dizer, ela representa muito estreitamente os interesses dos grupos que participam desse sistema político limitado. Se você tomar o panorama da imprensa em vários países da América Latina, você vai ver uma imprensa pouco plural, que, na verdade, acaba refletindo interesses desses grupos de elite, com exceções interessantes, em quase todos países. Então, essa imprensa é uma vítima fácil da ascensão de um caudilho, da ascensão de um governo que se proclama um governo revolucionário bolivariano, como no caso do governo Chávez. É também por isso que as coisas são diferentes no Brasil, que saiu da ditadura criando uma democracia ampla, e criando uma legitimidade muito grande para as instituições democráticas. A gente, frequentemente, não percebe isso, mas a ideia de que deve existir liberdade de expressão, deve existir liberdade de imprensa, é uma ideia muito disseminada no Brasil, inclusive no ponto de vista popular. Uma pesquisa recente, encomendada e publicada pelo “O Estado de S. Paulo” mostra isso, como esses valores se disseminaram rapidamente no Brasil. É também por isso que a ideia de restringir a liberdade de imprensa no Brasil é uma ideia muito difícil de ir à prática, quer dizer, ela encontra muitas resistências.”