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LaLiga está mais competitiva. E não é por acaso...

Nesta temporada, liga espanhola é a mais competitiva das principais ligas da Europa e projeta maior disputa interna dos últimos tempos

(Divulgação/Divulgação)
VL

Vinicius Lordello

Publicado em 22 de novembro de 2019 às 06h30.

Última atualização em 22 de novembro de 2019 às 07h30.

A temporada 2019/20 da LaLiga Santander está sendo a mais apertada dos últimos tempos após quase um terço do campeonato já decorrido. Após treze jogos na temporada, cinco equipes – Barcelona, Real Madrid, Atlético de Madrid, Sevilla e Real Sociedad – estão separados no topo por apenas dois pontos. Na última rodada, três equipes diferentes lideraram a tabela da competição em momentos distintos. E a diferença de pontos que separam as equipes da zona de classificação europeia depois de treze jogos é o mais baixo em um quarto de século. O recorde anterior de seis pontos foi em 1998/99, temporada que o Barcelona venceu a competição.

-(Divulgação/Divulgação)

O líder Barcelona conquistou 66% dos pontos possíveis nesta temporada. Para efeito de comparção, Liverpool tem 94% dos pontos possíveis, Juventus tem 88%, PSG 77% e Borussia Monchengladbach 75%, respectivamente na Inglaterra, Itália, França e Alemanha. Os fatores que levam à essa competitividade histórica na LaLiga, atualmente disponíveis em 105 emissoras internacionais e em 183 países diferentes do Mundo, são diversos. O Esporte Executivo conversou com Albert Castelló, representante da LaLiga no Brasil, para entender o contexto:

Como se deu a percepção de LaLiga de que, além do dito futebol mais vistoso entre as principais Ligas europeias, a competitividade era um fator que precisava ser absorvido?

Percebemos que a força das grandes marcas, como FC Barcelona e Real Madrid, vinha criando um desequilíbrio importante nas receitas de TV dos clubes, que é a porcentagem mais importante para muitos. Por isso, apoiamos a criação de uma lei que deu à LaLiga, como entidade que cuida do campeonato, o poder de vender de forma centralizada os direitos de TV de todos os clubes e de estabelecer a forma de distribuição desta receita. Com este novo modelo, clubes que anteriormente recebiam em torno de €14-17M, hoje recebem por volta de €60 a €80M por temporada, enquanto FC Barcelona e Real Madrid continuam recebendo o mesmo valor dos últimos 4 anos. Conseguimos dessa maneira uma redução na distância entre os clubes que ganham mais e os que ganham menos de TV, além de uma maior competitividade dos clubes em campo, fazendo com que as últimas temporadas sejam, além de vistosas pelo seu futebol, as mais competitivas dos últimos 25 anos.

-(Divulgação LaLiga/Divulgação)

Como foi esse ajuste no regulamento em 2013 que colocou os clubes em condições de experimentar um crescimento sólido e sustentável?

A principal mudança, diferente do que é feito no Financial Fair Play da UEFA, está no controle preventivo das contas. Antes do fim de cada temporada, os clubes devem apresentar o orçamento da temporada seguinte, junto com os contratos e números que justificam tal aumento na receita e as despesas que calculam ter. Dessa forma, a LaLiga cumpre o papel de fiscalização nas contas, autorizando determinadas despesas dos clubes, como salários e contratações, dentro do limite financeiro de cada um, evitando assim que façam contratações acima de sua realidade financeira e prevenindo a venda de jogadores no fim da temporada para acertar contas. Desse jeito, independentemente de quem for o dono do clube, sócios ou um investidor, as finanças ficam controladas.

A venda centralizada de direitos de transmissão de TV, iniciada em 2015, foi um marco da administração da LaLiga. Há espaço para que clubes menores tenham, no curto espaço, possibilidade real de disputa por títulos? Nesse sentido, para a Liga é benéfico ver Barcelona, Real ou Atletico com concorrentes reais às suas aspirações nacionais?

Há espaço sim. O controle financeiro antes mencionado e a nova distribuição da renda da TV está fazendo com que clubes menores tenham potencial de contratar craques mundiais, como é o caso do campeão mundial Nabil Fekir, que assinou com o Real Betis no começo dessa temporada. Não só clubes como Valencia e Sevilla devem ter maiores chances de concorrer ao título, mas outros, como aconteceu na temporada passada com o Getafe e o Espanyol, devem brigar por posições mais significativas na tabela. Na atual temporada, por exemplo, Real Sociedad, Granada, Athletic Club de Bilbao, entre outros, estão brigando no pelotão da frente. Uma maior concorrência ao título e às vagas europeias fazem com que a audiência aumente e, consequentemente, o valor de marca dos clubes e as outras fontes de renda além da TV, repercutindo novamente na força dos clubes em conseguir um elenco ainda mais competitivo.

A temporada 2019/20 da LaLiga Santander está sendo a mais apertada dos últimos tempos após quase um terço do campeonato já decorrido. Após treze jogos na temporada, cinco equipes – Barcelona, Real Madrid, Atlético de Madrid, Sevilla e Real Sociedad – estão separados no topo por apenas dois pontos. Na última rodada, três equipes diferentes lideraram a tabela da competição em momentos distintos. E a diferença de pontos que separam as equipes da zona de classificação europeia depois de treze jogos é o mais baixo em um quarto de século. O recorde anterior de seis pontos foi em 1998/99, temporada que o Barcelona venceu a competição.

-(Divulgação/Divulgação)

O líder Barcelona conquistou 66% dos pontos possíveis nesta temporada. Para efeito de comparção, Liverpool tem 94% dos pontos possíveis, Juventus tem 88%, PSG 77% e Borussia Monchengladbach 75%, respectivamente na Inglaterra, Itália, França e Alemanha. Os fatores que levam à essa competitividade histórica na LaLiga, atualmente disponíveis em 105 emissoras internacionais e em 183 países diferentes do Mundo, são diversos. O Esporte Executivo conversou com Albert Castelló, representante da LaLiga no Brasil, para entender o contexto:

Como se deu a percepção de LaLiga de que, além do dito futebol mais vistoso entre as principais Ligas europeias, a competitividade era um fator que precisava ser absorvido?

Percebemos que a força das grandes marcas, como FC Barcelona e Real Madrid, vinha criando um desequilíbrio importante nas receitas de TV dos clubes, que é a porcentagem mais importante para muitos. Por isso, apoiamos a criação de uma lei que deu à LaLiga, como entidade que cuida do campeonato, o poder de vender de forma centralizada os direitos de TV de todos os clubes e de estabelecer a forma de distribuição desta receita. Com este novo modelo, clubes que anteriormente recebiam em torno de €14-17M, hoje recebem por volta de €60 a €80M por temporada, enquanto FC Barcelona e Real Madrid continuam recebendo o mesmo valor dos últimos 4 anos. Conseguimos dessa maneira uma redução na distância entre os clubes que ganham mais e os que ganham menos de TV, além de uma maior competitividade dos clubes em campo, fazendo com que as últimas temporadas sejam, além de vistosas pelo seu futebol, as mais competitivas dos últimos 25 anos.

-(Divulgação LaLiga/Divulgação)

Como foi esse ajuste no regulamento em 2013 que colocou os clubes em condições de experimentar um crescimento sólido e sustentável?

A principal mudança, diferente do que é feito no Financial Fair Play da UEFA, está no controle preventivo das contas. Antes do fim de cada temporada, os clubes devem apresentar o orçamento da temporada seguinte, junto com os contratos e números que justificam tal aumento na receita e as despesas que calculam ter. Dessa forma, a LaLiga cumpre o papel de fiscalização nas contas, autorizando determinadas despesas dos clubes, como salários e contratações, dentro do limite financeiro de cada um, evitando assim que façam contratações acima de sua realidade financeira e prevenindo a venda de jogadores no fim da temporada para acertar contas. Desse jeito, independentemente de quem for o dono do clube, sócios ou um investidor, as finanças ficam controladas.

A venda centralizada de direitos de transmissão de TV, iniciada em 2015, foi um marco da administração da LaLiga. Há espaço para que clubes menores tenham, no curto espaço, possibilidade real de disputa por títulos? Nesse sentido, para a Liga é benéfico ver Barcelona, Real ou Atletico com concorrentes reais às suas aspirações nacionais?

Há espaço sim. O controle financeiro antes mencionado e a nova distribuição da renda da TV está fazendo com que clubes menores tenham potencial de contratar craques mundiais, como é o caso do campeão mundial Nabil Fekir, que assinou com o Real Betis no começo dessa temporada. Não só clubes como Valencia e Sevilla devem ter maiores chances de concorrer ao título, mas outros, como aconteceu na temporada passada com o Getafe e o Espanyol, devem brigar por posições mais significativas na tabela. Na atual temporada, por exemplo, Real Sociedad, Granada, Athletic Club de Bilbao, entre outros, estão brigando no pelotão da frente. Uma maior concorrência ao título e às vagas europeias fazem com que a audiência aumente e, consequentemente, o valor de marca dos clubes e as outras fontes de renda além da TV, repercutindo novamente na força dos clubes em conseguir um elenco ainda mais competitivo.

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