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Estudo indica alta taxa de infecção de Covid19 em profissionais do futebol

Com apoio da FPF e foco em SP, foram avaliados mais de 4 mil jogadores e 2 mil funcionários de 122 times paulistas, entre julho e dezembro de 2020

Bolas são desinfetadas antes da partida de retomada do futebol alemão 16/05/2020 (Martin Meissner/Reuters)
VL

Vinicius Lordello

Publicado em 13 de julho de 2021 às 16h40.

Última atualização em 13 de julho de 2021 às 16h51.

O Brasil continua a ser gravemente afetado pela pandemia COVID-19, sendo responsável por aproximadamente 13% das mortes no mundo (mais de 500 mil mortes relatadas) até junho de 2021. São Paulo, que tem a maior metrópole do país e em todo o estado  uma população de mais de 44 milhões de pessoas, registrou mais de 3,55 milhões de casos de COVID-19 confirmados por PCR, correspondendo a aproximadamente um quinto dos casos brasileiros.

Em meio a este cenário e com a retomada dos campeonatos de futebol, um grupo de pesquisadores de diversas instituições, como o Hospital das Clínicas, o Hospital Albert Einstein e o Instituto do Coração de São Paulo, se reuniu para avaliar a taxa de infecção de Covid-19 em um corte de 6.500 atletas profissionais e funcionários durante a temporada de futebol de 2020, em São Paulo.

O resultado, publicado recentemente pela pesquisa “Alta taxa de infecção por SARS-CoV-2 após retomada do futebol profissional em São Paulo” mostra que, apesar dos testes semanais e outras medidas preventivas, houve uma alta taxa de infecção de Covid-19 em atletas e funcionários após o retorno ao futebol.

Durante o estudo, foram avaliados mais de 4 mil jogadores e mais de 2 mil funcionários de 122 times paulistas, entre os meses de julho e dezembro de 2020. Dentre eles, os casos confirmados por PCR totalizaram 662, sendo 11,7% das taxas de infecção para atletas e 7,2% das taxas entre funcionários, estes últimos mais suscetíveis a doenças mais graves. A equipe mais atingida teve 37 casos, 32 dos quais confirmados em um período de aproximadamente 5 semanas.

De acordo com o médico cardiologista que fez parte da pesquisa e coordenador do Covid Group Control durante a Copa América 2021, Dr. Mateus Freitas Teixeira, “os dados podem ajudar os formuladores de políticas e federações esportivas a determinar como e quando é seguro retomar as competições de futebol, evitando colocar a saúde dos atletas em risco”.

Em contato com a Federação Paulista de Futebol, foi pontuado que o estudo foi feito em parceria com a entidade, justamente pela importância do entendimento do comportamento da pandemia no ambiente esportivo profissional. Além disso, a FPF argumenta que “o futebol, em média, testou muito mais que o restante população, o que naturalmente fez constatar mais casos”. Além disso, com os diagnósticos, era possível afastar imediatamente os contaminados, o que é muito mais difícil em um ambiente sem o rígido controle.

O fato é que o Futebol voltou em todo o país por alta pressão de vários segmentos, incluindo os atletas. Definitivamente não é apenas o Esporte que segue sua trajetória em paralelo às contaminações e mortes que seguem acontecendo. É preciso reconhecer que a sociedade brasileira, de uma forma ampla, não seguiu à risca o isolamento necessário. Muitos por necessidade, mas infelizmente muitos por uma descrença estimulada por quem deveria nos proteger do poder fatal da pandemia.

O Brasil continua a ser gravemente afetado pela pandemia COVID-19, sendo responsável por aproximadamente 13% das mortes no mundo (mais de 500 mil mortes relatadas) até junho de 2021. São Paulo, que tem a maior metrópole do país e em todo o estado  uma população de mais de 44 milhões de pessoas, registrou mais de 3,55 milhões de casos de COVID-19 confirmados por PCR, correspondendo a aproximadamente um quinto dos casos brasileiros.

Em meio a este cenário e com a retomada dos campeonatos de futebol, um grupo de pesquisadores de diversas instituições, como o Hospital das Clínicas, o Hospital Albert Einstein e o Instituto do Coração de São Paulo, se reuniu para avaliar a taxa de infecção de Covid-19 em um corte de 6.500 atletas profissionais e funcionários durante a temporada de futebol de 2020, em São Paulo.

O resultado, publicado recentemente pela pesquisa “Alta taxa de infecção por SARS-CoV-2 após retomada do futebol profissional em São Paulo” mostra que, apesar dos testes semanais e outras medidas preventivas, houve uma alta taxa de infecção de Covid-19 em atletas e funcionários após o retorno ao futebol.

Durante o estudo, foram avaliados mais de 4 mil jogadores e mais de 2 mil funcionários de 122 times paulistas, entre os meses de julho e dezembro de 2020. Dentre eles, os casos confirmados por PCR totalizaram 662, sendo 11,7% das taxas de infecção para atletas e 7,2% das taxas entre funcionários, estes últimos mais suscetíveis a doenças mais graves. A equipe mais atingida teve 37 casos, 32 dos quais confirmados em um período de aproximadamente 5 semanas.

De acordo com o médico cardiologista que fez parte da pesquisa e coordenador do Covid Group Control durante a Copa América 2021, Dr. Mateus Freitas Teixeira, “os dados podem ajudar os formuladores de políticas e federações esportivas a determinar como e quando é seguro retomar as competições de futebol, evitando colocar a saúde dos atletas em risco”.

Em contato com a Federação Paulista de Futebol, foi pontuado que o estudo foi feito em parceria com a entidade, justamente pela importância do entendimento do comportamento da pandemia no ambiente esportivo profissional. Além disso, a FPF argumenta que “o futebol, em média, testou muito mais que o restante população, o que naturalmente fez constatar mais casos”. Além disso, com os diagnósticos, era possível afastar imediatamente os contaminados, o que é muito mais difícil em um ambiente sem o rígido controle.

O fato é que o Futebol voltou em todo o país por alta pressão de vários segmentos, incluindo os atletas. Definitivamente não é apenas o Esporte que segue sua trajetória em paralelo às contaminações e mortes que seguem acontecendo. É preciso reconhecer que a sociedade brasileira, de uma forma ampla, não seguiu à risca o isolamento necessário. Muitos por necessidade, mas infelizmente muitos por uma descrença estimulada por quem deveria nos proteger do poder fatal da pandemia.

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