O que é aprendizado STEM e como ele pode colocar o Brasil entre as grandes potências mundiais educacionais?
Dê um brinquedo novo para uma criança e observe qual é sua primeira reação. Ao invés de brincar, muitas preferem desmontar, remontar, experimentar, investigar, não é mesmo? O impulso de tentar entender como tudo funciona é próprio da curiosidade infantil em uma fase da vida na qual o que ela mais deseja é descobrir o mundo, indagar os porquês e despertar seu potencial criativo. Mas a criança cresce, vai pra […] Leia mais
Da Redação
Publicado em 21 de julho de 2016 às 15h46.
Última atualização em 24 de fevereiro de 2017 às 07h33.
Dê um brinquedo novo para uma criança e observe qual é sua primeira reação. Ao invés de brincar, muitas preferem desmontar, remontar, experimentar, investigar, não é mesmo? O impulso de tentar entender como tudo funciona é próprio da curiosidade infantil em uma fase da vida na qual o que ela mais deseja é descobrir o mundo, indagar os porquês e despertar seu potencial criativo.
Mas a criança cresce, vai pra escola e, ao invés de ser convidada a explorar, é forçada a engessar seu aprendizado em disciplinas que não se integram, não têm aplicações práticas e não engajam o aluno. Ao contrário, fazem do estudo um sacrifício, uma chatice, um esforço insensato que em nada irá contribuir na construção do seu futuro.
Vale abrir parênteses: vivemos um momento de grandes transformações que irá conceber profissões ainda desconhecidas e que provavelmente não serão ensinadas nos bancos escolares, mas sim no ‘fazer para aprender’. Estar pronto para ingressar no mercado de trabalho terá cada vez menos relação com o que o aluno sabe e muito mais com o que é capaz de fazer com seu conhecimento.
Frente a este cenário, meus maiores questionamentos são: como diminuir a evasão causada pelo desinteresse em uma escola desconectada com a realidade e abrir caminhos para que crianças e jovens construam uma carreira de sucesso? Como encontrar dentro do ambiente acadêmico as condições necessárias para desenvolver habilidades técnicas e sócio-emocionais essenciais para um mundo cada vez mais complexo?
Para avançar nesta direção, as escolas brasileiras precisam não perder mais tempo e dar passos firmes e rápidos na revisão de suas metodologias visando implementar programas de aprendizagem multidisciplinar baseada em projetos focados especialmente no ensino científico ou, como preferem alguns pedagogos, nas disciplinas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
Ao invés de atividades teóricas e de exercícios repetitivos que servem apenas para robotizar o aprendizado rumo ao vestibular, os estudantes alcançam melhores resultados quando são desafiados a colocar as mãos na massa para criar, planejar, desenvolver e implementar projetos que possam, de fato, impactar a comunidade em que vivem, seu bairro, sua cidade, quiçá seu País e o mundo.
Manoel Luis Belem, coordenador nacional dos Programas de Aprendizagem STEM, que promovem atividades extracurriculares para estimular o protagonismo dos estudantes, destaca quatro objetivos principais ao implementar uma cultura ‘maker’ nas escolas: aprimorar a desenvoltura, experimentar a construção coletiva do conhecimento, exercitar o empreendedorismo sustentável de uma maneira lúdica e melhorar a relação entre professores, pais e alunos.
Um destes programas é o Greenpower-Edu, competição mundial na qual os aprendizes devem desenhar, projetar e construir um carro elétrico. Outro é o F1inSchools, que os desafia a fazer um protótipo de um carro de Fórmula 1. Em atividades como estas e com a mentoria dos professores, eles têm a oportunidade de deixar as salas de aula para estimular a criatividade em trabalhos manuais com ferramentas utilizadas para construir objetos em metal e madeira ou com o uso de tecnologia, como robótica, impressoras 3D e cortadores a laser.
As grandes potências mundiais, como os Estados Unidos e o Japão, sempre investiram na formação de profissionais com capacidade de pesquisar, projetar e inventar soluções que se tornaram indispensáveis em nossas vidas em áreas como engenharia, biotecnologia, biomecânica, astrofísica, ciência da computação, física nuclear, engenharia espacial e nanotecnologia, apenas para citar algumas que continuarão demandando profissionais com o avanço das novas tecnologias e a evolução de um mundo que há poucas décadas só existia em filmes de ficção científica.
O Brasil sofre com a carência de profissionais tecnicamente capacitados para trabalhar em setores como engenharia, tecnologia da informação e operadores de máquinas. É urgente repensarmos nossos modelos pedagógicos se quisermos preparar nossas futuras gerações para que tenham as habilidades necessárias para sobreviver no Século XXI.
Incentivar a formação técnica, é bom que se diga, aumenta as chances de empregabilidade e o potencial empreendedor.
E então, educadores? Vamos buscar melhorar nossa competitividade global ou continuaremos insistindo na ignorância de proibir nossas crianças de explorar seus brinquedos?
Dê um brinquedo novo para uma criança e observe qual é sua primeira reação. Ao invés de brincar, muitas preferem desmontar, remontar, experimentar, investigar, não é mesmo? O impulso de tentar entender como tudo funciona é próprio da curiosidade infantil em uma fase da vida na qual o que ela mais deseja é descobrir o mundo, indagar os porquês e despertar seu potencial criativo.
Mas a criança cresce, vai pra escola e, ao invés de ser convidada a explorar, é forçada a engessar seu aprendizado em disciplinas que não se integram, não têm aplicações práticas e não engajam o aluno. Ao contrário, fazem do estudo um sacrifício, uma chatice, um esforço insensato que em nada irá contribuir na construção do seu futuro.
Vale abrir parênteses: vivemos um momento de grandes transformações que irá conceber profissões ainda desconhecidas e que provavelmente não serão ensinadas nos bancos escolares, mas sim no ‘fazer para aprender’. Estar pronto para ingressar no mercado de trabalho terá cada vez menos relação com o que o aluno sabe e muito mais com o que é capaz de fazer com seu conhecimento.
Frente a este cenário, meus maiores questionamentos são: como diminuir a evasão causada pelo desinteresse em uma escola desconectada com a realidade e abrir caminhos para que crianças e jovens construam uma carreira de sucesso? Como encontrar dentro do ambiente acadêmico as condições necessárias para desenvolver habilidades técnicas e sócio-emocionais essenciais para um mundo cada vez mais complexo?
Para avançar nesta direção, as escolas brasileiras precisam não perder mais tempo e dar passos firmes e rápidos na revisão de suas metodologias visando implementar programas de aprendizagem multidisciplinar baseada em projetos focados especialmente no ensino científico ou, como preferem alguns pedagogos, nas disciplinas STEM (Ciência, Tecnologia, Engenharia e Matemática).
Ao invés de atividades teóricas e de exercícios repetitivos que servem apenas para robotizar o aprendizado rumo ao vestibular, os estudantes alcançam melhores resultados quando são desafiados a colocar as mãos na massa para criar, planejar, desenvolver e implementar projetos que possam, de fato, impactar a comunidade em que vivem, seu bairro, sua cidade, quiçá seu País e o mundo.
Manoel Luis Belem, coordenador nacional dos Programas de Aprendizagem STEM, que promovem atividades extracurriculares para estimular o protagonismo dos estudantes, destaca quatro objetivos principais ao implementar uma cultura ‘maker’ nas escolas: aprimorar a desenvoltura, experimentar a construção coletiva do conhecimento, exercitar o empreendedorismo sustentável de uma maneira lúdica e melhorar a relação entre professores, pais e alunos.
Um destes programas é o Greenpower-Edu, competição mundial na qual os aprendizes devem desenhar, projetar e construir um carro elétrico. Outro é o F1inSchools, que os desafia a fazer um protótipo de um carro de Fórmula 1. Em atividades como estas e com a mentoria dos professores, eles têm a oportunidade de deixar as salas de aula para estimular a criatividade em trabalhos manuais com ferramentas utilizadas para construir objetos em metal e madeira ou com o uso de tecnologia, como robótica, impressoras 3D e cortadores a laser.
As grandes potências mundiais, como os Estados Unidos e o Japão, sempre investiram na formação de profissionais com capacidade de pesquisar, projetar e inventar soluções que se tornaram indispensáveis em nossas vidas em áreas como engenharia, biotecnologia, biomecânica, astrofísica, ciência da computação, física nuclear, engenharia espacial e nanotecnologia, apenas para citar algumas que continuarão demandando profissionais com o avanço das novas tecnologias e a evolução de um mundo que há poucas décadas só existia em filmes de ficção científica.
O Brasil sofre com a carência de profissionais tecnicamente capacitados para trabalhar em setores como engenharia, tecnologia da informação e operadores de máquinas. É urgente repensarmos nossos modelos pedagógicos se quisermos preparar nossas futuras gerações para que tenham as habilidades necessárias para sobreviver no Século XXI.
Incentivar a formação técnica, é bom que se diga, aumenta as chances de empregabilidade e o potencial empreendedor.
E então, educadores? Vamos buscar melhorar nossa competitividade global ou continuaremos insistindo na ignorância de proibir nossas crianças de explorar seus brinquedos?