União Europeia autoriza vacina de Oxford com a AstraZeneca em adultos
O contrato da União Europeia com a AstraZeneca é de 300 milhões de doses, com opção de mais 100 milhões no futuro
Laura Pancini
Publicado em 29 de janeiro de 2021 às 13h28.
Última atualização em 29 de janeiro de 2021 às 16h03.
O regulador de medicamentos da União Europeia recomendou a autorização da vacina contra o coronavírus da AstraZeneca feita em parceria com a Universidade de Oxford para uso nos 27 países do bloco.
Apesar da autorização, as autoridades europeias estão preocupadas com o conhecimento limitado da eficácia da vacina em maiores de 65 anos— essa faixa etária representou apenas 6% dos participantes nos ensaios clínicos, ao mesmo tempo que tem uma das maiores taxas de mortalidade.
A Agência Europeia de Medicamentos afirma que é esperado que os idosos sejam protegidos com a vacina também, "visto que uma resposta imunológica é observada nesta faixa etária e com base na experiência com outras vacinas". A informação é do Washington Post .
A Alemanha anunciou que recomendaria a aplicação das doses apenas em adultos com menos de 65 anos. A Grã-Bretanha e a Índia o autorizaram para todos os adultos e os Estados Unidos aguardam mais dados de testes antes da autorização.
Conflitos entre a União Europeia e a AstraZeneca
O contrato da União Europeia com a AstraZeneca é de 300 milhões de doses, com opção de mais 100 milhões no futuro. A expectativa do bloco era que a vacina constituísse a maior parte das aplicações no primeiro trimestre do ano, mas a empresa já afirmou que suas entregas seriam 60% abaixo do esperado devido a problemas em uma fábrica na Bélgica.
Em meio a uma segunda onda do coronavírus, a União Europeia respondeu a AstraZeneca com ameaças de ações legais. De acordo com o presidente executivo, Pascal Soriot, a empresa se comprometeu a fazer o seu melhor no contrato e ela não é legalmente obrigada a fornecer a quantidade esperada.
Porém, a oferta limitada significa que algumas campanhas de vacinação foram interrompidas. Por enquanto, menos de 2% dos 450 milhões de habitantes da União Europeia receberam uma dose.
O bloco também encomendou 160 milhões de doses da vacina da Moderna, 300 milhões da Sanofi, 300 milhões da Pfizer com a BioNTech, 400 milhões da Johnson & Johnson e 405 milhões da CureVac.
“Nosso objetivo no momento é que todos os países europeus recebam, ao mesmo tempo, vacinas proporcionais à sua população. A transparência é necessária, não uma guerra de vacinas", disse Didier Reynders, o principal oficial para assuntos jurídicos da União Europeia.
Atualmente não está claro o quanto o acidente na fábrica na Bélgica afetará o Brasil, que também encomendou doses da vacina.