Ciência

Rival do Ozempic: Altimmune revela que seu injetável pode emagrecer e manter músculo

Ensaino clínico de Fase II indicou que pacientes perderam 75% de gordura e apenas 25% de músculo

Caneta injetável: "remédios emagrecedores" vêm surgindo com aprimoramentos (imyskin/Getty Images)

Caneta injetável: "remédios emagrecedores" vêm surgindo com aprimoramentos (imyskin/Getty Images)

Da Redação
Da Redação

Redação Exame

Publicado em 30 de março de 2024 às 15h17.

A empresa de biotecnologia americana Altimmune revelou resultados notáveis em seu ensaio clínico de Fase II para um novo injetável semanal, pemvidutida.

Segundo a empresa, os pacientes experimentaram uma perda de aproximadamente 75% de gordura e apenas 25% de músculo, um feito significativo em comparação com medicamentos existentes como Ozempic e Wegovy, que muitas vezes resultam em perdas musculares mais substanciais.

Diferencial

Ao contrário de outros medicamentos para perda de peso, onde a perda de massa muscular pode ser uma preocupação, a Altimmune sugere que a pemvidutida pode simular os benefícios do exercício sem a necessidade de atividade física intensa.

O medicamento, semelhante à tirzepatida, combina um medicamento GLP-1 com glucagon em uma única dose, visando não apenas suprimir o apetite, mas também imitar os efeitos positivos do levantamento de peso.

O efeito Ozempic: 2024 será o ano dos remédios para emagrecimento

A luta da Novo Nordisk contra falsificações de Ozempic

"Estamos vendo um crescente reconhecimento de que a qualidade da perda de peso é tão crucial quanto a quantidade", afirmou Scott Harris, diretor médico da Altimmune. "Acreditamos que, se aprovada, a pemvidutida pode emergir como uma opção altamente atrativa para perda e manutenção de peso".

Órgão regulador dos EUA, a Food and Drug Administration (FDA) anunciou no ano passado que iria acelerar a sua avaliação da pemvidutida para o tratamento da doença hepática gordurosa não alcoólica (NASH).

Detalhes do ensaio

Segundo o estudo, 74,5% da perda de peso entre 391 participantes veio do tecido adiposo, enquanto apenas 25,5% veio da massa magra, resultados que são comparáveis aos efeitos “historicamente associados à dieta e ao exercício”, escreveu a farmacêutica.

O medicamento pemvidutida combina o hormônio GLP-1 – um ingrediente-chave do Ozempic e do Wegovy – com o hormônio glucagon, uma combinação que a empresa também está testando para tratar uma forma comum de doença hepática chamada esteatohepatite associada à disfunção metabólica, ou MASH.

Em novembro, a empresa anunciou que mais de 30% dos participantes que usaram uma dose de 2,4 miligramas de pemvidutida alcançaram uma perda de peso de 20% em 48 semanas.

Competição

Enquanto a Altimmune lidera o caminho com a pemvidutida, outras empresas farmacêuticas também estão abordando preocupações sobre perda muscular.

Em julho, a Eli Lilly adquiriu a Versanis, uma empresa biofarmacêutica, por US$ 1,9 bilhão, com foco no desenvolvimento de bimagrumabe, um anticorpo monoclonal que visa preservar a massa muscular durante a perda de peso.

O mesmo anticorpo está sendo testado em conjunto com semaglutida em ensaios clínicos conduzidos pela Eli Lilly.

Acompanhe tudo sobre:OzempicRemédios

Mais de Ciência

Monte Everest cresce devido à erosão de rios, dizem pesquisadores

No Rio, Paes promete Ozempic nas clínicas da família em campanha de reeleição

FDA aprova novo tratamento para esquizofrenia após décadas de estagnação

Missão espacial chinesa planeja construir rede sem fio e geração de energia na Lua