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Remédios para sono e ansiedade matam mais que cocaína, diz estudo

A OMS e cientistas da Universidade da Colúmbia Britânica alertaram que remédios com o composto benzodiazepina causam abstinência e dependência

Remédios: "É uma droga prescrita e as pessoas pensam que estão seguras", disse o pesquisador (luchschen/Thinkstock)

Júlia Lewgoy

Publicado em 25 de novembro de 2017 às 12h40.

Última atualização em 25 de novembro de 2017 às 12h40.

São Paulo - O uso indiscriminado de remédios para sono e ansiedade – como Rivotril, Valium, Xanax e Ativan – causa risco de morte maior do que o uso de drogas como cocaína e heroína. A conclusão é de duas pesquisas publicadas no American Journal of Public Health.

Cientistas descobriram um componente em especial é o maior problema:a benzodiazepina (BZD). O primeiro estudo, da Universidade da Colúmbia Britânica (UBC), de Vancouver, no Canadá, mostrou que o consumo excessivo de benzodiazepinas causa risco de morte 1,86 vezes maior do que o uso de drogas ilegais.

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O levantamento foi feito com 2.802 participantes usuários de benzodiazepinas, entrevistados semestralmente durante cinco anos e meio. Ao final do estudo, 18,8% do grupo morreu. Os pesquisadores observaram que mesmo depois de isolar outros fatores, como o uso de drogas ilegais e comportamentos de alto risco, a taxa de mortalidade permaneceu alta entre os usuários do composto.

Um segundo estudo realizado com uma parte menor do mesmo grupo examinou a ligação entre o uso debenzodiazepinae a infecção por hepatite C, e descobriram que a taxa de infecção foi 1,67 vezes maior os que usaram remédios à base do composto.

"O interessante sobre isso é que é uma droga prescrita e as pessoas pensam que estão seguras.  Mas, provavelmente, estamos prescrevendo essas drogas de uma maneira que está causando danos”, disse o cientista  Keith Ahamad ao jornal Vancouver Sun.

Um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS) alerta que a benzodiazepina só deve serprescrita para tratar "ansiedade ou insônia grave, incapacitante, que cause angústia extrema". A entidade recomenda que os médicos levem em conta que o composto causa dependência e síndrome de abstinência – por isso, deve ser usada em dose eficaz mínima e durante o menor tempo possível.

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