Por que as mudanças climáticas são uma ameaça à saúde pública
Da propagação de doenças infecciosas, como a dengue, à redução da capacidade de trabalho, ameaças de um mundo mais quente e revolto preocupam os cientistas
Vanessa Barbosa
Publicado em 2 de novembro de 2017 às 08h17.
Última atualização em 2 de novembro de 2017 às 08h17.
São Paulo - As relações entre as mudanças climáticas e a saúde pública estão cada vez mais claras para os cientistas. Mas, na contramão do ditado que diz "é melhor prevenir do que remediar", os governos mundiais ainda não acordaram para a urgência da questão.
Uma nova pesquisa lançada pela prestigiada revista científica The Lancet alerta que a mudança climática antropogênica — aquela provocada por atividades humanas, como queima de combustíveis fósseis e desmatamento — ameaça minar os últimos 50 anos de ganhos na saúde pública mundial.
A pesquisa mostra a influência das mudanças climáticas em um amplo espectro de questões, que incluem desde os impactos de eventos climáticos extremos, inundações, ondas de calor, aumento da propagação de doenças infecciosas, taxas crescentes de subnutrição e desnutrição, até impactos econômicos mais amplos, como redução da capacidade de trabalho e migração involuntária.
Os resultados também mostram que os efeitos são sentidos desproporcionalmente pelas comunidades menos responsáveis pelas mudanças climáticas e pelos mais vulneráveis da sociedade. Confira abaixo os principais resultados do relatório "The Lancet Countdown: Tracking Progress on Health and Climate Change".