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Perda de gelo no Ártico é provocada também por variações naturais

O estudo indica que um oceano Ártico totalmente sem gelo pode ser adiado se a natureza voltar a um estado mais frio

Gelo ártico: o gelo está atualmente perto das mínimas para meados de março, se aproximando das mínimas no inverno registradas em 2016 e 2015 (Ian Joughin, University of Washington/Divulgação)
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Reuters

Publicado em 13 de março de 2017 às 18h41.

Oslo - Mudanças naturais no clima do Ártico causaram até metade da perda de precipitação de gelo marinho no entorno do Polo Norte nas últimas décadas, e o restante foi provocado pelo aquecimento global causado pelo homem, disseram cientistas nesta segunda-feira.

O estudo indica que um oceano Ártico totalmente sem gelo, que alguns temem estar a poucos anos de distância --em um dos sinais mais marcantes do aquecimento global provocado pelo homem--, pode ser adiado se a natureza voltar a um estado mais frio.

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Variações naturais no clima do Ártico "podem ser responsáveis por cerca de 30 a 50 por cento da queda total em setembro do gelo marinho desde 1979", disse uma equipe de cientistas com base nos EUA na revista Nature Climate Change.

O gelo marinho tem diminuído abruptamente e atingiu uma mínima em setembro de 2012 --verão no Ártico-- de acordo com dados de satélite registrados a partir de 1979.

O gelo está atualmente perto das mínimas para meados de março, se aproximando das mínimas no inverno registradas em 2016 e 2015.

O estudo, que separa a ação do homem de influências naturais na circulação atmosférica do Ártico, afirma que o aquecimento natural de décadas no clima do Ártico pode ter relação com mudanças tão distantes como no oceano Pacífico.

"Se esse modo natural parar ou reverter no futuro próximo, podemos ver uma desaceleração da recente tendência de derretimento rápido, ou mesmo uma recuperação do gelo marinho", disse o autor do estudo, Qinghua Ding, da Universidade da Califórnia em Santa Barbara.

Mas, no longo prazo, o acúmulo de gases do efeito estufa pela ação do homem pode se tornar um fator mais preponderante, afirmou o pesquisador em um e-mail.

"Olhando para frente, ainda é uma questão de quando, em vez de se, o Ártico vai se tornar sem gelo no verão", disse Ed Hawkins, da Universidade de Reading, que não participou do estudo.

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