Diretor da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus (Christopher Black/OMS/Reuters)
Estadão Conteúdo
Publicado em 10 de junho de 2020 às 13h51.
Última atualização em 10 de junho de 2020 às 13h58.
O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, lembrou nesta quarta-feira, 10, que a entidade tem afirmado desde o início de fevereiro que pacientes assintomáticos podem transmitir o novo coronavírus. No início da entrevista coletiva da entidade, ele tratou do assunto, após declaração de segunda-feira da epidemiologista Maria Van Kerkhove, líder da resposta da OMS à pandemia de coronavírus, ter gerado debate e dúvidas sobre o tema.
"O que precisamos fazer mais pesquisas para estabelecer é a extensão da transmissão por assintomáticos", afirmou Ghebreyesus nesta quarta. "Essa pesquisa está em andamento", informou. "Sabemos muito, mas ainda há muito que não sabemos sobre o coronavírus", lembrou.
O diretor-geral da OMS citou estratégias já estabelecidas para enfrentar a pandemia: "encontrar, isolar e testar pessoas com sintomas, e rastrear e fazer quarentena de seus contatos são o modo mais crucial para parar a transmissão da covid-19", afirmou.
Ghebreyesus disse ainda que, como é um vírus novo, todos estão aprendendo o tempo todo sobre ele. Além disso, garantiu que, sempre que houver avanços, a OMS atualizará suas diretrizes para os países.
A OMS voltou a alertar para a disseminação da covid-19 na região das Américas. "Temos visto um aumento consistente e progressivo dos casos na nas Américas Central e do Sul", afirmou o diretor executivo da entidade, Michael Ryan, durante entrevista coletiva da entidade.
Ryan qualificou o fato como uma "profunda preocupação" e pediu que exista um foco para conter e suprimir a doença nessas zonas.
Ele comentou ainda que não se sabe como o novo coronavírus pode se comportar no inverno do Hemisfério Sul. "Neste momento, não temos dados para demonstrar que o vírus agirá de modo mais agressivo ou transmitir de modo mais eficiente no inverno do Hemisfério Sul", disse.
De qualquer modo, ele voltou a insistir que é preciso se concentrar nas medidas já bem-sucedidas de estratégia abrangente no combate à doença.
Em outro momento da coletiva, a líder da resposta da OMS à pandemia, Maria Van Kerkhove voltou a enfatizar que a pandemia "não terminou", notando que mesmo países que têm o quadro sob controle continuam a trabalhar ativamente para impedir novos focos da doença.