Vestido azul: anos depois, nova polêmica está dividindo internautas (Montagem de EXAME.com com foto publicada no Tumblr por Swiked/Exame)
Maurício Grego
Publicado em 17 de maio de 2018 às 10h17.
Última atualização em 17 de maio de 2018 às 10h34.
São Paulo – Pouco mais de dois anos após a foto de um vestido azul e preto (ou seria branco e dourado?) gerar discussões acaloradas mundo afora, uma nova polêmica está dividindo internautas nas redes sociais de vários países.
Um usuário da plataforma Reddit publicou um curto fragmento de vídeo com uma enquete em que pergunta se as pessoas estão ouvindo o nome Yanny ou o nome Laurel. O pequeno clipe havia sido publicado anteriormente em um story no Instagram, e ganhou ainda mais força quando uma “influenciadora” o compartilhou em seu Twitter. (A Wired explica melhor a origem do áudio). Ouça você também:
What do you hear?! Yanny or Laurel pic.twitter.com/jvHhCbMc8I
— Cloe Feldman (@CloeCouture) May 15, 2018
No Reddit, mostrou-se enorme o número de pessoas com a certeza de que seus ouvidos eram mais aguçados do que o das outras. “Ouço Laurel, e todo mundo que discorda está mentindo”, provocou um deles. Outro garantiu: “Não importa o que eu faça, sempre ouço Yanny”. Outras pessoas dizem ainda que, no início identificaram uma das palavras, mas, posteriormente, passaram a ouvir a outra, o que chamaram, em tom de brincadeira, de “magia negra”.
Independentemente de qual nome você ouve, vale dizer que a gravação original veio da página vocabulary.com, que demonstra a pronúncia de um vocábulo e explica sua origem – traduzida do inglês, “láurea” é uma coroa de flores usada na cabeça, geralmente como um símbolo de vitória.
Segundo especialistas ouvidos pelo New York Times, algumas hipóteses ajudam a desvendar a discordância entre os ouvintes. E, obviamente, nenhuma delas se refere a algo sobrenatural.
Uma linguista explica que cada pessoa pode ouvir sons em uma frequência diferente, de acordo com sua audição e também com a fonte emissora da onda sonora. Outro pesquisador compara nosso cérebro a um rádio que busca sempre encontrar uma frequência a partir das palavras que já conhece.
Ao Guardian, um psicólogo lembra que nosso cérebro às vezes ouve e vê estímulos ambíguos e pode interpretá-los de formas diferentes, motivo pelo qual uma mesma pessoa pode mudar de ideia em relação ao que escutou. Não é bruxaria. Outro investigador, especializado em percepção de voz, diz que os padrões de pronúncia (em inglês) ficam no meio das duas palavras. As concentrações de energia para “Ya” e “La” seriam semelhantes, e o mesmo valeria para o “n” e o “r” e o “i” e o “l”.
Há especulações, também, de que a idade de cada ouvinte possa desempenhar um papel importante, uma vez que alguns sons só são identificáveis por pessoas com menos de 25 anos.
Explicações científicas à parte, pode ser divertido ver como seus amigos e familiares são capazes de ouvir um mundo completamente diferente do seu.